O aumento da demanda global por carne bovina impulsiona as exportações e eleva os preços da arroba do gado, refletindo diretamente no custo dos cortes para os consumidores em Campo Grande. Em cinco meses, o preço médio do contrafilé subiu de R$ 49,38 para R$ 51,91, enquanto a picanha, corte preferido para churrasco, passou de R$ 87,15 para R$ 88,94. A variação de preços entre estabelecimentos na cidade pode chegar a 93%, com a picanha custando entre R$ 59,90 e R$ 115,98.
Especialistas apontam que, enquanto o mercado externo aquecido e o dólar alto favorecem os produtores e frigoríficos, o consumidor interno enfrenta desafios para manter o consumo, diante da tendência de preços crescentes. “Se o mercado externo se mantiver aquecido e o dólar alto, a renda dos produtores tende a crescer, mas o consumo interno deve cair”, analisa Eugênio Pavão, mestre em Economia. Michel Constantino, doutor na área, complementa: “Os preços vão continuar subindo, como já estamos vendo, devido à maior produção voltada à exportação.”
Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) indicam que, no período de 12 meses até abril, os preços das carnes aumentaram 25,07%. Cortes como paleta e músculo tiveram alta ainda maior, com aumentos de 35,13% e 33,64%, respectivamente. Essa elevação no preço estimula os consumidores a buscar alternativas para equilibrar o orçamento.
Com a alta dos preços, a pesquisa e a substituição de cortes mais caros por opções mais acessíveis tornam-se estratégias comuns para economizar. A recomendação geral é que o consumidor planeje as compras e busque os melhores preços para evitar que os custos comprometam o orçamento mensal.