Levantamento apresentado nesta semana a presidentes de partidos no município de Japorã aponta indícios de que podem estar ocorrendo uma espécie de “cartel” dentro da Câmara de Vereadores de Japorã desde o ano de 2005 que teve inicio com o ex-presidente Paulo César Fronjotti.
Em 2005 e 2006 as anotações apontam as suspeitas de que a Câmara fazia uma espécie de “farra” com diárias destinadas a vereadores. Anotações manuscritas pela contabilidade da Casa no qual os presidentes de partido tiveram acesso, discriminam a quantidade o mês e ano em que cada um dos vereadores receberam as referidas diárias.
Em 2005 sob a presidência do vereador Paulo Franjotti, hoje no PMDB as anotações apontam gastos de R$ 28,66 mil, distribuídos entre nove vereadores e um servidor da Casa. O presidente da Câmara na época foi beneficiado com 25 diárias no valor de R$ 6 mil. O vereador Luiz da Silva Francisco (PSB) recebeu 2,5 diárias no valor total de R$ 600, idêntico ao de João Carlos Teodoro (PSDB) que hoje preside a Câmara.
O vereador Edvaldo Meira também curiosamente recebeu valor idêntico a João e Luiz com a mesma quantidade de diária. Lindomar de Oliveira (PR) recebeu cinco diárias no valor de R$ 1,2 mil, sendo que estes vereadores eram da base aliada do atual prefeito Rubens Freire Marinho (PT).
Outros vereadores que faziam oposição junto com o ex-presidente Paulo Franjotti, no mesmo ano, embolsaram valores bem maior. Gilvan Antonio Perin (PDT) levou 19,5 diárias num total de R$ 4.68 mil, seguido pelo seu tio o também vereador Arlindo Perin que recebeu R$ 4,68 mil.
O vereador Jair de Souza Lima (PMDB), na época primeiro secretário embolsou 19 diárias no valor de R$ 4,56 mil. O vereador e amigo pessoal do ex-presidente levou a “bagatela” de 22,5 diárias que lhe rendeu R$ 5,4 mil e fechando a distribuição o ex-servidor da Casa - José Porto recebeu 4 diárias no valor de R$ 340,48.
De acordo com as anotações quase todas as diárias eram distribuídas mensalmente seguindo uma escala de beneficiários. Para os presidentes de partido a natureza do pagamento das diárias são suspeitas já que nenhum beneficio veio ao município pelos edis que receberam diárias para defenderem o interesse do município.
2006
Em 2006, com maior volume de recurso referente ao duodécimo da Câmara, o ex-presidente distribuiu R$ 62.759,36, ou seja, um aumento de quase 119% na distribuição das diárias. O ex-presidente Paulo Franjotti e o vereador Jair de Souza Lima embolsaram cada um 34,5 diárias no valor de R$ 8,28 mil para cada edil.
Os vereadores Gilvan e Edvaldo ganharam 26,5 diárias cada e receberam R$ 6.36 mil cada um deles. O amigo pessoal do ex-presidente ficou com outras R$ 27,5 diárias num total de R$ 6,6 mil. Arlindo Perin levou 28,5 diárias e recebeu por elas R$ 6.84 mil e Lindomar de Oliveira com 28 diárias recebeu R$ 6,72 mil.
O vereador João Carlos Teodoro embolsou também R$ 5,76 mil por 24 diárias. Luiz da Silva Francisco, também parlamentar teve 26 diárias pagas no valor de R$ 6,24 mil. Os servidores José Porto e Sandra Gabriel também receberam diárias sendo R$ 936,32 para José e R$ 383,04 para Sandra.
A Prefeitura de Japorã está preparando uma representação para ser enviada ao Ministério Público estadual, em Mundo Novo, e pretende levantar a possível distribuição de diárias sem objetivo especifico, além de solicitar ao MP que requeira cópias dos relatórios de viagens de todos os vereadores beneficiados com diárias com data de saída, destino, tipo de assunto que foi tratado, onde e com quem, bem como a data de retorno.
As anotações serão entregues ao MP para posterior apuração. De acordo com alguns vereadores que preferiram não se identificar a prática ainda ocorre hoje na presidência do vereador João Carlos Teodoro e segundo eles, diárias estão sendo usadas para pagar honorários advocatícios que alguns vereadores contrataram para tentar derrubar o atual prefeito de Japorã com acusações de improbidade administrativa.