Pelo menos 100 família sem-terras, que chegaram em quatro ônibus, estão na frente do Incra de Campo Grande, localizado na avenida Afonso Pena, para protestar na manhã desta terça-feira, 19.
De acordo com um dos coordenadores da FAF –MS ( Federação de Agricultura Familiar), Dionísio Feltrin, esta é uma mobilização que está ocorrendo no Brasil inteiro para reivindicar os cortes no orçamento do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). “Em cada estado os grupos estão protestando de um jeito. Seja na frente do Incra ou de algum departamento público.”
Também como forma de protesto, cerca de 250 família ocuparam a Fazenda Cachoeira, em Tacurú, nesta terça-feira. O Incra-MS chegou a negociar a propriedade, mas não foi liberada pela Funai nacional, que realiza um estudo antropológico para verificar se área não seria de origem indígena. “Esse é outro impasse, pois os indígenas do Estado falam que a fazenda não é área indígena, mas a Funai de Brasília não libera a terra para a gente.”- afirma Dionísio.
Hoje, às 16h, representantes de cada Estado, sendo quatro de Mato Grosso do Sul, devem apresentar a pauta de reivindicação nacional ao ministro da Justiça Terso Genro e, às 15h, trabalhadores se reúnem com o superintendente regional do Incra, Flodoaldo Alves de Alencar, para discutir a pauta do Estado, que tem como principais pontos a abertura de estradas no assentamento Indaiá, em Aquidauana, e a demarcação de lotes na área de Corguinho, no assentamento Torre de Pedra. “Estamos vivendo tudo amontoado, sem ter como produzir nada porque ainda não foi dividida a área.” – explica o sem-terra, Aroldo Duarte.
Apesar da insatisfação maior ser com o governo federal, que realizou cortes no orçamento do Incra, por isso a mobilização tomou proporções nacionais nesta terça-feira, a pauta a ser discutidas não tem relação com o repasse de recursos, segundo o superintendente do Incra, Flodoaldo. “O governo federal realizou um corte de 30% no orçamento do Incra, mas as obras nos assentamentos de Idaiá e Torre de Pedra ainda não foram concluidas devido à burocracia. Para realizar as obras é necessário abrir licitação que fica por 45 dias, para depois começar as obras. Então é praticamente um passo a cada mês.”- explica o superintendente.
Após a reunião entre os manifestantes e o superintendente, às 15h, os trabalhadores devem desocupar o prédio. Já a pauta nacional deve ser discutida até o dia 22 de maio, com os departamentos nacionais. Amanhã às 9h, os representantes de cada estado se reúnem com o presidente do Incran nacional, Rolf Hackabard.
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