Com a chegada do período de férias escolares e dos dias mais quentes, aumenta o tempo das crianças dentro de casa e, junto com ele, o risco de acidentes domésticos. Em Mato Grosso do Sul, 57 casos de queimaduras em crianças de 1 a 4 anos foram registrados entre janeiro e setembro deste ano, conforme levantamento da Organização Nacional de Acreditação (ONA).
Com esse número, o Estado ocupa a 18ª posição no ranking nacional. Em todo o Brasil, 3.613 crianças da mesma faixa etária precisaram ser internadas por queimaduras no período analisado.
Dados da Sociedade Brasileira de Queimaduras indicam que sete em cada dez acidentes acontecem dentro de casa. Crianças entre 1 e 4 anos estão entre as mais atingidas, devido à curiosidade natural, rapidez nos movimentos e pouca noção de perigo.
Cozinha concentra maior número de acidentes
Grande parte das ocorrências envolve líquidos quentes. Situações comuns, como cabos de panela virados para fora, xícaras quentes na borda da mesa ou panelas recém-retiradas do fogo, estão entre as principais causas de queimaduras no ambiente doméstico.
Queimaduras por chama ou líquidos inflamáveis também são frequentes. Já entre as queimaduras químicas, a ingestão de soda cáustica lidera os casos em crianças. “A ingestão de produtos químicos, especialmente a soda cáustica, é uma das principais causas de queimaduras graves na infância”, alerta a pediatra Mariana F. Falavina Grigoletto.
Riscos elétricos e exposição ao sol
Fundação Municipal de Saúde de Teresina
Criança queimada em acidente
Choques elétricos seguem entre os acidentes mais comuns, causados por tomadas sem proteção, fios desencapados ou extensões improvisadas, muitas vezes ignoradas no dia a dia.
No verão, a exposição ao sol também se torna um fator de risco. Vermelhidão, dor e sensação de calor na pele são sinais de queimadura solar, mais comuns entre 10h e 16h, período de maior radiação.
Como agir em caso de queimadura
A orientação médica é evitar qualquer tipo de receita caseira. “Não se deve usar gelo, clara de ovo, pasta de dente, óleo de cozinha ou pomadas, pois isso pode agravar a lesão”, explica a pediatra. O indicado é resfriar a área atingida com água corrente.
Antes do inchaço, acessórios como anéis e pulseiras devem ser retirados. Já roupas grudadas na pele não devem ser removidas, para evitar a retirada de tecido vivo.
É fundamental buscar atendimento de urgência em casos de bolhas, febre, dor intensa, presença de pus, aumento da vermelhidão, queimaduras no rosto, mãos, pés ou genitais, além de sintomas como náuseas, sonolência ou desmaio.
Prevenção é o melhor caminho
Prefeitura de Fortaleza
Criança com a mão queimada em acidente
Entre as principais recomendações estão não segurar a criança no colo durante o preparo de alimentos, virar os cabos das panelas para dentro, priorizar as bocas traseiras do fogão e manter fósforos, isqueiros e álcool fora do alcance.
Também é importante evitar objetos e líquidos quentes nas bordas das mesas, não usar toalhas compridas, ter atenção ao uso do micro-ondas e manter produtos químicos em locais altos e trancados.
Outras medidas incluem proteger tomadas, cuidar de fios soltos, descartar pilhas corretamente, testar a temperatura da água do banho e reforçar a proteção solar com protetor, roupas leves e evitando a exposição ao sol nos horários de maior radiação.
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