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Cotidiano Segunda-feira, 07 de Janeiro de 2013, 15:27 - A | A

Segunda-feira, 07 de Janeiro de 2013, 15h:27 - A | A

Protesto de catadores que buscam trabalho no lixão ganha apoio de cooperados de usina

Bruno Chaves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Cerca de 10 catadores de lixo, que estão sem trabalho por causa do fechamento do lixão Dom Antônio Barbosa, em Campo Grande, protestaram em frente à Usina de Tratamento de Resíduos (UTR), nesta segunda-feira (7). O grupo conseguiu apoio de alguns cooperados que reclamam de falta de material para trabalhar na usina.

Para o comprador de materiais e integrante da Cooper Fênix, Luis Henrique Berrocal, os catadores que não conseguiram vaga na cooperativa devem continuar a coleta no lixão. Ele afirma que, atualmente, 130 pessoas estão atuando na UTR, sendo que a promessa inicial da Solurb – concessionária de lixo da Capital – eram de 500 vagas.

“Esses catadores que não se cadastraram já estão há 20 dias sem trabalhar. Alguns já estão passando necessidades”, afirmou Luis. Ele ainda explicou que a única vontade dos catadores, que não conseguiram vaga na cooperativa, é trabalhar no lixão até quando a usina de reciclagem ficar totalmente pronta, o que deve ocorrer em agosto deste ano.

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Luis Henrique Berrocal explica a situação dos catadores que não estão associados na cooperativa
Foto: Deurico/CapitalNews

Ainda de acordo com Luis, os próprios cooperados estão passando necessidades, pois eles conseguiam receber cerca de R$ 80 por dia e com a UTR vão receber apenas R$ 10. Já no que diz respeito aos materiais, Luis afirma que no lixão chegavam 60 caminhões com materiais, já na usina chegam apenas dois.

A catadora cooperada da UTR, Júlia Romero, diz que as condições oferecidas para o trabalho são mínimas. “Não temos material para trabalhar. O material recolhido aqui [usina] em um dia é o mesmo que recolhíamos lá [lixão] em 10 dias”, explicou a catadora.

Júlia ainda afirmou que estava saindo da usina e para preencher um currículo que iria deixar na Solurb. Ela acredita que trabalhando de gari nas ruas da cidade vai ganhar um salário maior do que catadora da UTR.

Outro lado

O encarregado operacional da Solurb, Gustavo Marques Pitaluga, que estava coordenando a usina, explicou que a confusão está sendo instaurada por quem não trabalha com a coleta dos materiais, os compradores de recicláveis.

“Os compradores agora são atravessadores porque a cooperativa prensa e vende direto para a Metap [comércio de sucatas]. Eles que prensavam e vendiam para a Metap. Então o que eles querem? Desestruturar para continuar comprando. Só que enquanto os compradores pagavam R$ 1,40 para eles no quilo da latinha prensada, a Metap paga R$ 3,40”, explicou o encarregado da Solurb.

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Gustavo Pitaluga, encarregado operacional da Solurb, disse que a confusão está sendo causada pelos compradores e nao catadores de material reciclável
Foto: Deurico/CapitalNews

Segundo Gustavo, sete toneladas de material reciclável chegam todos os dias na UTR. Esse montante é distribuído entre as 130 pessoas. “Não está faltando material, está faltando organizar”, explicou.

O aproveitamento do material é em torno de 90%. No lixão, esse aproveitamento era em torno de 20%.

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Materiais recicláveis recolhidos na cidade sendo entregues na UTR
Foto: Deurico/CapitalNews

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