A Procuradoria Geral da República (PGR) anunciou nesta quinta-feira (7) parecer favorável ao pedido de extradição do traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadia para os Estados Unidos. Abadia foi preso em agosto de 2007 na casa em que vivia com a mulher na Grande São Paulo.
De acordo com a PGR, o pedido foi protocolado em 22 de outubro de 2007 e na última quarta-feira (6) o parecer foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que irá julgar o caso. Os Estados Unidos pediram a extradição de Abadia pelos crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e assassinato.
O parecer foi dado pelo procurador-geral da república Antônio Fernando Souza, que entendeu que o pedido atendia aos requisitos para a extradição, uma vez que os crimes têm correspondência na lei brasileira, não prescreveram e não têm caráter político.
Segundo a procuradoria “para que a extradição ocorra, os Estados Unidos devem comprometer-se a não aplicar a pena de prisão perpétua ou a pena de morte”.
US$ 40 milhões
A Justiça brasileira já chegou a pressionar o colombiano a informar onde estavam US$ 40 milhões escondidos no Brasil em troca da extradição para os Estados Unidos.
Na noite de 19 de janeiro venceu o prazo de 48 horas dado pela Justiça Federal para o traficante entregar o dinheiro do narcotráfico. Na quarta-feira (16), enquanto tentava um acordo para ser extraditado para os Estados Unidos, o megatraficante confessou ter pelo menos US$ 40 milhões escondidos.
A defesa de Abadia, que está no presídio de segurança máxima de Campo Grande, disse ser impossível localizar o dinheiro e não deu garantia de que os dólares iriam aparecer.
Quando foi preso, em agosto de 2007, o traficante guardava US$ 117 milhões em uma caminhonete. O carro e o dinheiro desapareceram. Segundo as investigações, os dólares estavam empacotados a vácuo para não estragar. A Policia Federal acredita que a fortuna dele no Brasil, estimada em R$ 3,4 bilhões, ainda esteja por aqui. O colombiano vivia com a mulher em uma mansão em São Paulo, onde fez plásticas para modificar seu rosto. Além de tráfico de drogas, é suspeito de ter cometido homicídios no Brasil.