O Sindicato de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Siems) mantém as paralisações esporádicas nos três turnos na Santa Casa de Campo Grande. A categoria reivindica renegociação nas 43 cláusulas do acordo firmado em 2005 com a atual junta interventora do hospital. Após reunião com a diretoria da instituição, no início da amanhã desta segunda-feira (5), não houve avanço segundo os sindicalistas.
Sem avanço, segundo a categoria, permanecem as paralisações das 6h30 às 9h30, das 12h30 até as 15h30 e das 18h às 21h. Conforme a lei, 30% dos enfermeiros irão trabalhar nesses horários.
Desde sexta (2), a junta interventora está sob gestão de Jorge Martins, que assumiu no lugar de Pedro Chaves – que saiu para ser candidato a suplente de senador nestas eleições.
Conforme o diretor de comunicação do Siems, Lázaro Antônio – que é técnico em enfermagem na Santa Casa –, Jorge teria dito que irá esperar até quinta-feira (8) para “tomar pé da situação” e conversar com a equipe administradora para ver qual o posicionamento oficial. A assessoria de imprensa do hospital confirma a informação.
Nessa terça, às 6h30, a categoria marcou uma assembleia geral que votará indicativo de greve que, se aprovado for, começa na sexta. Mesmo com a paralisação total, fica mantida a presença de 30% do efetivo de enfermeiros.

Diretor do Siems diz que negociações são feitas desde maio sem respostas; ele afirma que paralisações esporádicas continuam até que o sindicato receba uma resposta da administração do hospital
Foto: Deurico/Capital news
De acordo com o que adiantara ao Capital News no sábado, Helena Delgado, presidente do Siems, a categoria reivindica duas ações por parte da gestão do hospital: as negociações salariais com a Santa Casa e as negociações no restante do Estado. Por decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT 24), as negociações com a Santa Casa se diferem das realizadas com outras instituições, devido à peculiaridades da instituição, que desde 2005 está sob intervenção e é administrada pela Junta Interventora, formada pela Prefeitura de Campo Grande, governo do Estado e Ministério Público do Estado (MPE).
O salário destes servidores variam de R$ 540 a R$ 800. A categoria quer resjuste de 15%. Segundo Lázaro Antônio, na reunião de hoje, “a conversa não avançou em nada”. "Continua a proposta de 2%, não houve avanço. Semana passada ainda conversavam em uma contraproposta, mas, hoje, não avançou."
Indagado se, por ter um novo administrador no hospital, não poderia ser um momento de esperar para tomar uma decisão de greve, Lázaro diz que as negociações já perduram há alguns meses e, segundo o técnico em enfermagem, sem resposta, demonstrando impaciência da categoria: “O Jorge caiu de paraquedas nestas negociações que estão sendo feitas desde a administração do Pedro Chaves e não tiveram avanços. Ele [Jorge] disse que vai esperar até quinta-feira, quando disse que vai se reunir com a junta e tomar ciência da situação, mas não nos prometeu retorno. Nossa data-base é em maio e, desde então estamos conversando e não há avanço.”

Presidente do Siems diz que na terça categoria realiza assembleia geral para votar indicativo de greve
Foto: Deurico/Capital news
Por Marcelo Eduardo - (www.capitalnews.com.br)
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