As temperaturas no Pantanal subiram 1,9°C nos últimos 40 anos, tornando o bioma o mais afetado pelo aquecimento climático no Brasil, conforme dados divulgados na última quarta-feira (5) pelo MapBiomas Atmosfera. O levantamento também mostra que estados do Centro-Oeste, como Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, estão entre os que mais sofrem com o aumento das médias térmicas, com crescimento de até 0,40°C por década.
De acordo com Luciana Rizzo, pesquisadora da USP e integrante do projeto, os números confirmam um processo contínuo de aquecimento. “Os dados mostram que a temperatura está aumentando de forma constante em todo o Brasil desde 1985. O ano passado foi recorde, mas não foi um evento isolado”, afirmou. Segundo ela, o calor extremo e a falta de chuvas em 2024 impulsionaram queimadas históricas e a seca severa que atingiu o Pantanal.
O coordenador do MapBiomas, Tasso Azevedo, destacou a relação direta entre desmatamento e elevação de temperatura. “A perda de vegetação nativa altera as trocas de calor e vapor d’água com a atmosfera, o que resulta em um clima mais quente e seco”, explicou. Desde 1985, a Amazônia perdeu mais de 52 milhões de hectares de floresta, o equivalente a 13% de sua cobertura original, o que também afeta os padrões climáticos de biomas vizinhos, como o Pantanal e o Cerrado.
Para o professor Paulo Artaxo, também da USP, a nova ferramenta vai ajudar o país a planejar políticas públicas ambientais mais eficientes. “O MapBiomas Atmosfera permite identificar as áreas mais vulneráveis e entender o impacto das mudanças no uso da terra. Isso é fundamental para proteger ecossistemas como o Pantanal e a Amazônia, que são vitais para o equilíbrio climático”, ressaltou.
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