Instituto Homem Pantaneiro
Primeiro posto avançado do Brasil para desastres com fauna é instalado no Pantanal
O Pantanal sul-mato-grossense passa a contar com o primeiro posto médico-veterinário avançado em área remota do Brasil, voltado para atender animais selvagens em situações de desastre ambiental, como incêndios florestais. A Base de Resgate Técnico Animal (Barta) está instalada na Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) Acurizal, na Serra do Amolar, e é mantida pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP), com apoio de parceiros.
“A Barta nasceu da dor e da urgência dos incêndios de 2020… Hoje, ela representa esperança, compromisso e cuidado com a vida no coração do Pantanal. Poderá ser oferecida uma resposta rápida e qualificada à fauna afetada por desastres ambientais e sua principal função é realizar o atendimento emergencial e a estabilização clínica de animais silvestres e domésticos em situação de risco”, explica Franciele Oliveira, analista ambiental e responsável técnica pela unidade.
Instituto Homem Pantaneiro
Primeiro posto avançado do Brasil para desastres com fauna é instalado no Pantanal
A base é fixa e licenciada pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) e está preparada para atender a região do Alto Pantanal, onde o acesso é difícil e a biodiversidade inclui mais de 100 espécies, sendo 10 delas ameaçadas de extinção. Além do resgate emergencial, a Barta promove treinamentos práticos de resgate técnico animal, ações de educação ambiental com comunidades ribeirinhas e indígenas, e atividades de monitoramento contínuo da fauna.
A equipe multidisciplinar da Barta inclui médicos-veterinários, biólogos, brigadistas e técnicos ambientais, garantindo atendimento completo, desde captura e transporte até estabilização clínica. Após os atendimentos emergenciais, os animais são encaminhados, quando necessário, ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) em Campo Grande.
A estrutura da base conta com áreas de preparo e assepsia, sala de procedimentos e estabilização, almoxarifado veterinário, setor de esterilização e suporte técnico, além de equipamentos como mesa de procedimento, autoclave, cilindro de oxigênio, redes, macas e caixas de transporte.
Segundo Franciele, “antes dessa unidade estar regulamentada, os resgates dependiam de longos deslocamentos até centros urbanos, o que reduzia drasticamente as chances de sobrevivência dos animais. Além de salvar vidas, a base fortalece o trabalho integrado entre resgate, ciência e educação ambiental”.
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