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Cotidiano Sexta-feira, 28 de Abril de 2023, 13:11 - A | A

Sexta-feira, 28 de Abril de 2023, 13h:11 - A | A

Risco na Educação

Mais de 70% das escolas não têm vistoria dos bombeiros, aponta relatório final do TCE

Documento aponta irregularidades em várias escolas do Estado

Viviane Silva
Capital News

Divulgação/TCE-MS

Mais de 70% das escolas não têm vistoria dos bombeiros, aponta relatório final do TCE

Banheiro do berçário com suporte de banheira improvisado

Todas as escolas públicas vistoriadas pelo Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS) não possuem hidrantes. Além da falta do equipamento, não há, em 75% das instituições, auto de vistoria do Corpo de Bombeiros dentro do prazo de validade.


O Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul concluiu o relatório final da “Operação Educação” nesta quinta-feira (27) A ação teve como  objetivo mapear e evidenciar as condições de infraestrutura de escolas urbanas em 18 municípios do Estado, abrangendo mais de 4 mil alunos matriculados.

 

Durante a Fiscalização Ordenada Nacional foram analisados 193 itens. De acordo com o relatório, com relação à infraestrutura básica das escolas, em 66,67% das unidades visitadas, as inadequações foram constatadas já na entrada do prédio, como falta de Identificação como instituição de ensino, muro ou paredes com buracos ou aberturas que permitam o acesso à instituição, rachaduras e falhas de pintura.

 

Outras Irregularidades

Divulgação/ TCE MS

Mais de 70% das escolas não têm vistoria dos bombeiros, diz TCE

Relatório final aponta irregularidades em várias escolas do Estado

Em relação aos banheiros 88,89% apresentaram algum tipo de inadequação aparente: 31,58% - rachaduras e trincas; 21,05% – falha de pintura; 15,79% - infiltração e mofo; 5,26% – vandalismo; e 26,32% outros tipos de impropriedades.

 

Ainda em relação aos banheiros foram verificadas inadequações aparentes: 5,56% - falta água; 44,44% – falta portas ou estão quebradas; 61,11% - falta papel higiênico; 66,67% – falta sabão para higienização das mãos; 18,18% outros tipos de impropriedades. 72,22% das instalações dos banheiros não estão adaptadas para atender os portadores de necessidade especial.

 

Outra situação que chamou a atenção dos auditores foi a falta de plano de emergência contra incêndios. De acordo com os dados coletados, 100% das escolas não têm hidrantes. “Nós encontramos falta de hidrantes, então se tiver um problema ali para solucionar é difícil, extintores vencidos ou escolas que não têm extintores. Se ocorrer um incêndio fica a nossa preocupação em relação a segurança dessas crianças”, enfatizou o auditor de controle externo do TCE-MS, Roberto Silva Pereira.

Divulgação/TCE-MS

Mais de 70% das escolas não têm vistoria dos bombeiros, aponta relatório final do TCE

Banheiro do berçário com suporte de banheira improvisado

 

Com relação ao armazenamento dos alimentos foram observados que 42,86%, das unidades apresentam inadequações aparentes na despensa.

 

Com relação aos próximos passos, o diretor explicou que após o diagnóstico, um relatório será apresentado em plenário pelo conselheiro substituto Célio Lima de Oliveira, que é o relator da operação. “ A partir desse relatório vai surgir eventuais recomendações, e pode ser também que tenham, em muitos casos, termos de ajustamento de gestão, que é um instrumento que o tribunal utiliza para fazer um acordo com o gestor, que no decorrer de um determinado período tem o dever de dar cumprimento as recomendações do tribunal”, finalizou.

 

A Operação

O trabalho da Operação Educação envolveu técnicos de 32 Tribunais de Contas visitando escolas em todo o país para verificar a infraestrutura de 1.088 unidades de ensino. Cerca de 785 auditores participaram da Operação Educação.

Divulgação/TCE-MS

Mais de 70% das escolas não têm vistoria dos bombeiros, aponta relatório final do TCE

Foi encontrada falhas de pintura em 20% das escolas

 

As escolas foram escolhidas a partir de indicativos de situações críticas relacionadas à infraestrutura que constam no Censo Escolar 2022. Os itens analisados englobam aspectos referentes à acessibilidade, estrutura e conservação, saneamento básico e energia elétrica, sistema de combate a incêndios, alimentação, esporte, recreação e espaços pedagógicos.

 

A iniciativa, uma parceria entre a Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) e o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), tem o apoio técnico do Instituto Rui Barbosa (IRB), por meio do seu Comitê de Educação (CTE-IRB), e ainda o suporte institucional da Associação Brasileira de Tribunais de Contas dos Municípios (Abracom) e do Conselho Nacional de Presidentes dos Tribunais de Contas (CNPTC). A participação do TCU inclui a possibilidade de fornecimento de dados relativos à educação básica do país e de acesso, pelas equipes, a trabalhos já desenvolvidos pela Corte no âmbito de suas competências.

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