Legacy: relatório não explica transponder desligado

O relatório feito pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) sobre o acidente entre o Boeing da Gol, que fazia o vôo 1907, e o Legacy não chegou a nenhuma conclusão definitiva sobre as causas de o transponder do jato estar desligado. As informações são da Folha de S.Paulo. O acidente ocorreu em setembro de 2006.

O equipamento, que avisa o piloto em caso de colisão, não estava operante no Legacy, havia apenas um aviso de texto "TCAS off" (que significa sistema anticolisão desligado) em um canto do painel de controle. As gravações da caixa preta mostram que os dois pilotos americanos do aparelho, Joe Lepore e Jan Palladino, ficaram surpresos ao notar, depois da colisão com o Boeing, que o transponder estava desligado.

O relatório do Cenipa, apesar de dar certeza sobre esses dados, não dá certeza das causas da falha no equipamento. O documento, concluído no final do ano passado, foi traduzido para inglês e enviado para os fabricantes do Legacy - a Embraer - e do transponder - a Honeywell, nos EUA - além dos donos das aeronaves.

A divulgação do documento, entretanto, não foi feita porque os pilotos norte-americanos e os controladores de vôo brasileiros decidiram prestar declaração à comissão técnica de investigação. O órgão tem caráter preventivo, não tendo poder para punir quaisquer envolvidos.

Segundo a Folha, o relatório chega a apontar como causa mais provável do desligamento do transponder um erro de digitação de códigos no equipamento, que teria entrado em "modo stand by". Dessa maneira, não haveria como ele indicar a aproximação do avião da Gol.

Um possível mau contato no transponder também é estudado, já que o Legacy fazia seu primeiro vôo.

O choque entre as duas aeronaves provocou a morte de 154 pessoas. Até o acidente com o Airbus da TAM, em julho passado, em Congonhas, esse era o maior acidente aéreo do Brasil.