A estilista Luane Sales de Oliveira Alves, de Campo Grande (MS), conquistou o segundo lugar no Concurso Moda Inclusiva – Edição 2024/2025, com um look feminino adaptado que alia acessibilidade, poesia e design funcional. A premiação aconteceu na última segunda-feira (11), durante desfile realizado na Pinacoteca de São Paulo, reunindo especialistas em moda, autoridades e representantes de instituições parceiras.
Inspirado na obra do poeta Manoel de Barros, o conjunto criado por Luane leva o nome “Cotidiano – O Silêncio das Coisas Anônimas”. A peça traz bordados artesanais, botões imantados, zíperes com argolas e detalhes em braile, além de ajustes estratégicos que facilitam o vestir e possibilitam múltiplas formas de uso. O projeto foi pensado para valorizar a estética sem abrir mão da funcionalidade e da adaptabilidade.
“Há um mês recebi o diagnóstico de autismo, aos 32 anos, e isso coincidiu com um momento decisivo na minha trajetória”, contou Luane. “Já trabalhava com moda inclusiva e, ao receber o laudo, percebi que tudo fazia sentido. O concurso foi a confirmação de que estou no caminho certo, unindo minha história pessoal a um propósito maior.” Para ela, o reconhecimento representa não apenas uma conquista profissional, mas também pessoal.
Além de Luane, o concurso premiou Guilherme Rodrigues Pereira, de São Paulo, com o primeiro lugar, graças a um moletom adaptado para cadeirantes feito com tecidos reaproveitados. Em terceiro lugar, ficou Gustavo Marques Gonçalves, de Osasco, com uma proposta de alfaiataria funcional para usuários de próteses ou pessoas com membros amputados. Os três vencedores receberam prêmios em dinheiro, kits de costura e capacitação em moda inclusiva, além da chance de participar do Brasil Eco Fashion Week.
Realizado com o apoio da USP, por meio da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), o concurso teve parcerias com instituições como SEBRAE, SENAI, Instituto Brasil Eco Fashion e marcas voltadas à sustentabilidade e inovação. Vinte finalistas foram selecionados entre participantes de todo o país, com base em critérios como criatividade, viabilidade de produção e adequação às necessidades das pessoas com deficiência. Para Marcos da Costa, secretário da SEDPcD, “a moda é uma poderosa ferramenta de inclusão e autonomia, e concursos como este reforçam esse papel transformador”.
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