Frigoríficos de Mato Grosso do Sul concederam reajuste de 6,25% aos empregados e aumentaram também o piso da categoria, que passa de R$ 450,00 para R$ 510,00. Os dois aumentos são retroativos a 1º de fevereiro, data base dos trabalhadores. O acordo foi firmado ontem entre o Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul – Sincadems (patronal) e sindicalistas intermunicipais (laborais) de Paranaíba, Bataguassu, Aquidauana, Anastácio, Amambai e Naviraí e a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Mato Grosso do Sul – FTIA/MS.
O acordo só não vale para as regiões de Campo Grande, Três Lagoas, Terenos, Camapuã e Caarapó onde patrões e empregados fecharam acordo diferenciado. O presidente da FTIA/MS, Vilson Gimenes Gregório informou que para essas regiões dois sindicatos teriam “agido de maneira precipitada” no começo das negociações e acabaram aceitando apenas 3% de reposição salarial e um piso de R$ 480,00.
Vilson Gimenes teceu duras críticas a esses dois sindicatos, o Sindimassa, e ao Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Campo Grande, que teriam ainda negociado banco de horas na Convenção Coletiva de Trabalho 2009/10. “Esse banco é um câncer na vida dos empregados. Não dá para entender como eles puderam ceder isso à classe patronal”, comentou o sindicalista que espera que o Ministério Público do Trabalho investigue esse acordo firmado “sem consulta aos trabalhadores”, denuncia o presidente da federação.
Quanto ao acordo firmado ontem, Vilson Gimenes considerou uma vitória dos trabalhadores, já que a classe patronal queria dar apenas 3% para os trabalhadores em todo o Estado. O sindicalista lembrou que a categoria chegou a fazer greve em Bataguassu, monstrando força do trabalhador que não aceitava percentual algum abaixo do índice de inflação. “Fomos persistentes e acabamos avançando nas negociações, afirma o sindicalista.
Participação no lucro
Além do piso de R$ 510, 00 e do aumento de 6,25% para quem ganha acima desse valor, a FTIA/MS e os sindicatos interestaduais, que englobam também os trabalhadores da Grande Dourados, fecharam outro “importante” acordo, na avaliação de Vilson Gregório. Trata-se da participação dos empregados no lucro das empresas.
Pelo acordo, firmado em convenção, as empresas têm prazo até dezembro para apresentar um plano de participação do empregado no lucro da empresa. Se elas não cumprirem até esse prazo, serão obrigadas a pagar uma multa no valor de R$ 150,00.
Dia do Trabalho
A Federação dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Mato Grosso do Sul está incentivando a participação de trabalhadores na manifestação de amanhã em Campo Grande, na Praça do Rádio Clube, onde será comermorado o Dia do Trabalho. Segundo ele, haverá shows musicais e a participação de sindicalistas para patentear a criação do Comitê Popular e Sindical Contra a Crise e o Desemprego, formado por diversos organismos da sociedade sul-mato-grossense.
Participam desse comitê: centrais sindicais, partidos políticos, estudantes e movimentos que representam a luta dos trabalhadores sem terra; das mulheres; dos povos indígenas e de outros segmentos da sociedade. As atividades na Praça do Rádio começam às 9 horas e terminam às 12 horas.
