Cerca de 50 carvoeiros que viviam em regime de “escravidão branca” em uma empresa do município de Ribas do Pardo foram obrigados a dormir no relento depois que o prefeito da cidade, Roberto Luiz Moureira, simplesmente “sumiu”, após comprometer-se, em uma reunião em Campo Grande, de fornecer alimentação e abrigo aos trabalhadores até que o problema fosse resolvido pela Justiça. A polícia está no local já que parte dos manifestantes dormiu na sede da Secretaria Municipal de Assistência Social, que foi invadida na quarta-feira.
De acordo com informações do presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Mato Grosso do Sul, Vilson Gimenes Gregório, que está em Ribas do Rio Pardo, os trabalhadores foram simplesmente abandonados pelas autoridades.
Hoje, a prefeitura permaneceu fechada durante esta manhã, segundo Vilson Gimenes. Ele teceu duras críticas também à Superintendente Regional do Trabalho, Marlene Nogueira, com que os trabalhadores estiveram reunidos na quarta-feira. Ela teria prometido fiscalização rigorosa junto à empresa para garantir o pagamento das rescisões contratuais. “Pelo menos ontem e hoje nenhum fiscal apareceu por aqui em Ribas”, comentou Gimenes.
O diretor da CUT, Alexandre Costa também está na cidade. A central ajudou no fornecimento de alimentação ontem e hoje. Segundo ele, o poder público precisa assumir de vez esse problema e procurar, de fato, resolvê-lo.
O presidente da CUT, Jefferson Borges Silveira está em Campo Grande procurando o apoio de parlamentares para ajudar os trabalhadores a reaver seus direitos trabalhistas sonegados por empresários da indústria de carvão.