Mesmo com cerca de 150 doações realizadas todos os dias, o Hemosul sofre com a falta de sangue. Esta semana, os tipos em falta eram o A e o O positivos. O biólogo do centro, Júlio Cezar, explica que a campanha de vacinação contra rubéola foi uma das causas na baixa do estoque, já que quem toma a vacina deve esperar pelo menos 28 dias para fazer doação de sangue. “Sempre estamos precisando de sangue, de todos os tipos, mas tem vezes que, devido a demanda, alguns tipos saem mais que outros, defasando o estoque”, afirma Júlio.
A solução para a falta de sangue no hemosul é apenas uma: conscientização das pessoas. Conforme o biólogo, o que pode segurar o estoque do centro é o aumento no número de doadores fidelizados, que hoje chega a cerca de 50 mil. “mas esse número varia muito, porque, apesar de serem doadores que sempre doam, não podemos ficar dependentes apenas deles”, afirma Júlio.
A empregada doméstica Rita Maria de 45 anos diz doou pela primeira vez há apenas três dias e diz que sua decisão em ir até o Hemosul para doar sangue se deu por dois motivos: uma preparação para uma possível necessidade futura e consciência de que as pessoas precisam do sangue que é doado. “Fico pensando que eu também vou querer que haja sangue para mim se um dia eu vier a precisar”, destaca. Além disso, ela também diz que será uma doadora voluntária de medula óssea, cadastro que também é realizado pelo Hemosul. “Se algum dia alguém que seja compatível com meu sangue precisar, eu vou estar pronta para doar”, ensina.
O procedimento para que uma pessoa seja doadora é seguro e ainda concede ao doador o resultado de uma série de exames que são realizados após a coleta, como DST/Aids, Sífilis, Doença de Chagas e Hepatites A, B e C. O doador que é fidelizado também tem outros benefícios, como desconto em eventos e gratuidade na inscrição de concursos públicos.
Hemorrede
Hoje Mato Grosso do Sul conta com 12 postos de coleta de sangue, sendo três em Campo Grande: Hemosul, Hospital Universitário e Hospital Regional. Nove municípios do Estado possuem núcleos de coleta: Dourados, Ponta Porã, Aquidauana, Corumbá, Paranaíba, Três Lagoas, Nova Andradina e Naviraí. Mas ainda assim, o que sustenta a doação de sangue em Mato Grosso do Sul é o Hemosul, já que, muitos desses municípios não são auto-suficientes no estoque de sangue.
A Santa Casa de Campo Grande também possui um banco de sangue, onde são realizadas doações, mas não faz parte da Hemorrede, sendo que o que é coletado ali é utilizado internamente pelo hospital.