Quinta-feira, 02 de Maio de 2024


Tecnologia Domingo, 02 de Abril de 2023, 15:47 - A | A

Domingo, 02 de Abril de 2023, 15h:47 - A | A

Coluna Tecnologia

Ferramentas de inteligência artificial transformam textos em músicas

Por Alice Bachiega

Da coluna Tecnologia
Artigo de responsabilidade do autor

Diferentemente da habilidade de um músico em interpretar uma canção ao ler partituras, essas inovações tecnológicas criam melodias inéditas, através de comandos textuais

iStock

ColunaTecnologia

As produções criativas e artísticas começaram a sentir os impactos das evoluções tecnológicas. Enquanto ferramentas como o Chat GPT contribuem para a elaboração de textos, outras utilizam a Inteligência Artificial (IA) para criar composições inéditas.

No mercado, as IAs mais conhecidas são a Riffusion, Jukebox e Dance Diffusion. Agora, o Google reformulou a antiga AudioML e lançou o MusicLM, que promete compor a partir de textos, descrições de pinturas e zumbidos. Resumidamente, eleva o nível de preparo e performance.

Processo produtivo
As dúvidas sobre como uma IA consegue produzir uma canção alcançam não apenas os leigos, mas também os trabalhadores da indústria musical. Isso porque são recursos com uso ainda incipiente e controverso.

Como esperado diante de mudanças revolucionárias, a percepção interna do segmento deve atravessar o debate ético, atualizar o que se entende por propriedade intelectual e, por fim, vivenciar o período de adaptação. Mas, enquanto isso, alguns artistas se utilizam de tais aparatos para fazer arte e experimentar combinações de ritmos até então inesperadas.

Na prática, a criação das peças resulta dos esforços do sistema em interpretar comandos, seja por escrito ou voz, e buscar referências em uma extensa base de dados. O treinamento da nova IA do Google, por exemplo, exigiu 280 mil horas de música e, portanto, justifica o posicionamento da big tech em não liberar o MusicLM para o grande público.

Arte tecnológica
Especialistas da indústria que já avaliaram os produtos musicais das IAs apresentam pontos positivos e negativos semelhantes. A maior parte tece elogios à qualidade do conteúdo, mas não deixa de pontuar o incômodo com as distorções não propositais e os vocais sintetizados.

Ao passo que são feitos os ajustes nos sistemas de inteligência artificial, compositores e produtores tendem a conciliar expectativas e desenvolver projetos de cocriação. Afinal, até mesmo as plataformas de áudio têm investido nos códigos abertos da OpenAI para personalizar a experiência dos usuários, como é o caso da versão Beta do DJ com IA, que o Spotify liberou para usuários premium nos Estados Unidos e no Canadá, no mês de fevereiro.

A partir dos contextos atuais, a tendência geral para os próximos anos é o amadurecimento e a incorporação de tecnologias, cada vez mais refinadas, em diferentes áreas de atuação. Profissionais da área de tecnologia, como aqueles que se graduaram em uma faculdade de Sistemas da Informação, devem encontrar um mercado aquecido, mas que exigirá dedicação na inovação e no enriquecimento de sistemas e códigos.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS