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Pets Domingo, 04 de Maio de 2025, 13:47 - A | A

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Coluna Pets

Animais de estimação em apartamentos exigem cuidados especiais

Por Sérgio Dias

Da coluna Pets
Artigo de responsabilidade do autor

Mudança no estilo de vida urbano impõe desafios ao bem-estar de cães e gatos criados em espaços reduzidos

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A convivência entre humanos e animais de estimação em ambientes urbanos e compactos se tornou comum nos últimos anos. Com a verticalização das cidades, é cada vez mais frequente a presença de cães e gatos em apartamentos. Na coluna dessa semana vamos falar que, com a nova configuração residencial, exige-se uma série de ajustes na rotina e no ambiente para preservar a saúde física e emocional dos pets.

A restrição de espaço, o tempo limitado ao ar livre e a ausência de estímulos naturais são fatores que impactam diretamente o comportamento animal. Segundo Farah de Andrade, médica-veterinária e consultora da rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET, “a limitação de espaço reduz a possibilidade de expressão de comportamentos naturais dos cães e gatos, o que pode levar a quadros de estresse, ansiedade, agressividade, hiperatividade, lambedura excessiva, miados e latidos persistentes, entre outros problemas comportamentais e de saúde”.

A rotina estruturada é um dos principais recursos para manter o equilíbrio emocional dos animais que vivem em apartamentos. Cães, por exemplo, necessitam de caminhadas diárias que não se limitem às necessidades fisiológicas. Os passeios devem proporcionar estímulos variados, incluindo o uso do olfato, que tem função essencial no processamento mental dos cães. “Farejar durante o passeio é, para o cachorro, como ler o jornal do dia. Ele capta informações sobre outros animais, território e até o estado emocional dos colegas de espécie. Impedir ou apressar esse momento equivale a negar um estímulo essencial”, afirma Farah.

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Em situações em que o tutor possui uma rotina mais rígida ou o animal apresenta alto nível de energia, opções como creches especializadas, passeadores ou adestradores comportamentais têm ganhado espaço. Essas alternativas combinam atividade física com estímulo cognitivo e socialização, reduzindo comportamentos compulsivos ou destrutivos.

A realidade dos gatos também demanda atenção. Apesar de considerados mais independentes, os felinos não estão isentos dos efeitos negativos da limitação de espaço. A ausência de estímulos pode provocar apatia, estresse crônico, obesidade e até quadros de agressividade. O enriquecimento ambiental se apresenta como medida preventiva, com uso de prateleiras, brinquedos interativos, esconderijos e acesso seguro a janelas, o que permite ao animal observar o movimento externo e se manter mentalmente ativo.

Além do ambiente, a interação diária com o tutor é fundamental. Atividades simples, como brincadeiras curtas, contribuem para o bem-estar emocional do pet e reforçam o vínculo com o humano. Bolas recheadas com petiscos, brinquedos com texturas variadas e circuitos de obstáculos improvisados são exemplos de estratégias eficazes para manter o animal envolvido e equilibrado.

O enriquecimento ambiental pode ser dividido em categorias sensorial, social, alimentar, físico e cognitivo. Cada tipo atua de forma distinta, complementando os cuidados com o pet e auxiliando na prevenção de distúrbios comportamentais. A criação de estímulos diversificados favorece a expressão de comportamentos naturais, como escavação, caça simulada, socialização e resolução de problemas.

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Mesmo com essas iniciativas, alguns animais desenvolvem quadros de ansiedade mais intensos. Em especial, cães e gatos resgatados, expostos a mudanças bruscas ou com predisposição genética podem necessitar de apoio terapêutico adicional. Florais e fitoterápicos manipulados individualmente surgem como alternativa para esses casos. Substâncias como valeriana, passiflora, L-triptofano, kawa-kawa e melatonina são utilizadas para promover regulação emocional sem causar sedação excessiva.

A manipulação farmacêutica permite ainda a adequação das doses ao porte, peso e espécie do animal, além de facilitar a administração com apresentações palatáveis. “Esses compostos atuam de forma suave e segura, promovendo bem-estar sem causar sedação excessiva. E, o mais importante, podem ser manipulados em formas farmacêuticas palatáveis, como biscoitos, molhos, glóbulos e caldas com sabores agradáveis, facilitando a administração e a adesão ao tratamento”, destaca Farah.

O acompanhamento veterinário é indispensável para avaliar a necessidade de terapias naturais e para equilibrar as estratégias comportamentais e ambientais adotadas. “Cada pet é único. Por isso, a individualização da terapia faz toda a diferença. Com o acompanhamento do médico-veterinário, é possível encontrar a combinação ideal de estímulos ambientais, rotina estruturada e apoio terapêutico para que cães e gatos tenham qualidade de vida mesmo em espaços compactos”, finaliza a veterinária.

 

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Sérgio Dias é um jornalista nascido em Pernambuco e baseado atualmente em São Paulo. Foi premiado como Jornalista #TopFour dos +Admirados Jornalistas da Imprensa Automotiva em 2023 e Jornalista Top 25 dos +Admirados Jornalistas da Imprensa Automotiva em 2022, 2021 e 2020 promovidos pelo Jornalistas&Cia Imprensa Automotiva e Jornalista Destaque Prêmio Especialistas Automotivo 2018 promovido pelo Negócios da Comunicação

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