Na hora que entra acaba até tomando um susto
Quem pensa vai ter um motorista de aplicativo só para buscar ou levar ao seu destino e nada mais, está enganado. Você pode encontrar um empreendedor que vende batom, creme de cabelo, rímel, pincéis de maquiagem e muito mais e sabe onde? Dentro do carro, onde o João Luis Scaff Giolo improvisou uma lojinha. “As pessoas ficam, sei lá, impressionadas né, a hora que entra acaba até tomando um susto”, brinca.
O jovem de 22 anos trabalha como motorista de aplicativo há menos de um ano, ele fala que começou vendendo salgadinhos, chocolates, mas logo foi aconselhado a mudar a estratégia. Isso porque as passageiras o orientaram a vender maquiagem, acessórios, itens de beleza em geral, João não pensou duas vezes em aderir a ideia.
Com as vendas e as corridas o jovem motorista consegue somar uma renda acima de 5 mil reais, um dinheiro que, segundo ele, ajuda na manutenção do carro e na despesa com família. Antes de começar como motorista ele trabalhava num hospital, mas logo viu que ali não era o seu lugar.
Muita gente acaba não comprando, mas deixa uma gorjeta pelo reconhecimento do meu trabalho
Orgulhoso, o motorista fala que faz questão de manter o carro sempre limpo, cheiroso e organizado, além de ter a simpatia como cartão de visita. “Muita gente acaba não comprando, mas deixa uma gorjeta pelo reconhecimento do meu trabalho. Então, para mim, é até melhor porque continuo com o produto e acabo ganhando uma gorjetinha né?”, conclui.
Durante a semana o jovem começa a rotina do trabalho ainda na madrugada e vai até às 3h da tarde. Já aos fins de semana, o motorista começa às 13 e vai até a madrugada, segundo ele são nesses dias que mais vende os itens da lojinha, porque o público que mais compra é a turma que está indo para bares, shoppings e casas noturnas.
Sou muito feliz com o que eu faço, se eu pudesse eu trabalhava de Uber até se aposentar
Comunicativo, o jovem motorista afirma que se encontrou na profissão, embora fale que tem dias que se estressa com o trânsito. “Sou muito feliz com o que eu faço, se eu pudesse eu trabalhava de Uber até se aposentar, porque é uma coisa que eu gosto dirigir”. Comenta.
Morador do jardim Leblon em Campo Grande, João é casado e tem dois filhos. Ele conta que o seu maior sonho é ter o próprio negócio e afirma que incentivo para isso não faltam. “Os clientes me elogiam e dizem ‘isso que eu chamo de empreender’. Enquanto muitos veem problemas, você enxerga solução”, finaliza.