Acervo Pessoal
Ao todo o cabeleireiro Cleiton Góes encontrou dez escorpiões na casa dele nos últimos meses
Um, dois, dez escorpiões, Sim! Esta foi a quantidade que o cabeleireiro Cleiton Góes de 33 anos encontrou na casa dele nos últimos meses. Morador há 15 anos do bairro Canguru, em Campo Grande, ele fala que nunca havia se deparado com essa situação antes.
Eu morro de medo
O cabeleireiro mora sozinho e relata que todas as vezes que encontrou o animal peçonhento foi no banheiro. Assustado, fala que pegou o rodo para afastar e matar os escorpiões “Eu morro de medo, não sei como eles apareceram ali. O meu banheiro é bem limpinho, cheiroso, fiquei desesperado quando vi”, detalha.
Os escorpiões estão entre os animais peçonhentos que mais causam acidentes no Brasil. No mundo, existem cerca de 1.600 espécies, mas apenas 25 delas podem causar problemas ao ser humano. Segundo especialistas, é no verão, quando há maior temperatura e umidade, que eles estão mais ativos, sendo os momentos mais propícios aos acidentes.
As espécies mais conhecidas, como Tityus serrulatus (escorpião-amarelo) e o Tityus bahiensis (escorpião-marrom), são as mais presentes em Campo Grande e com um grau de importância elevado para a saúde. Os acidentes considerados mais graves são com os escorpiões amarelos, podendo levar a óbito, em especial entre crianças de 0 a 10 anos.
No ano passado, a Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul notificou 5.043 acidentes com esse animal. O número é quase o dobro do registrado em 2022, quando 3.952 acidentes foram apontados.
Cleiton fala que nunca foi picado pelo animal, mas reitera que sabe que é preciso redobrar a atenção. Além de manter a casa sempre limpa, uma das medidas que o cabeleireiro tomou foi dedetizar a casa e instalar algumas barreiras físicas em pontos estratégicos como ralos de banheiros e cozinha.
Escorpiões se alimentam de outros animais, principalmente insetos como as baratas, por isso a importância de manter jardins e quintais limpos, evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das casas. Esses animais têm hábitos noturnos, buscam abrigos em cantos, atrás de armários, embaixo de máquinas, em restos de construção, entulhos, telhas; estes são ambientes que gostam de se instalar.
Em caso de acidentes, a recomendação é que a vítima procure uma unidade de saúde imediatamente e não procure lançar mão de medidas caseiras, como passar gelo no local, por exemplo. Caso a pessoa consiga, o indicado é isolar o animal em um pote para identificação.
Se tomando essas medidas o morador do imóvel continuar a encontrar os escorpiões a indicação é procurar o Centro de Zoonoses (3313-5000, 2020-1796).