Terça-feira, 23 de Abril de 2024


Política Terça-feira, 20 de Dezembro de 2016, 19:15 - A | A

Terça-feira, 20 de Dezembro de 2016, 19h:15 - A | A

Descaso

Prefeitura de Porto Murtinho deixa crianças sem estrutura básica em escola indígena

Sem local próprio para estudo, cadernos, livros e outros objetos escolares, alunos do 8º ano não sabem ler nem escrever

Natália Moraes
Capital News

Ascom MPF/MS

Prefeitura de Porto Murtinho deixa crianças sem estrutura básica em escola indígena

Sem espaço suficiente para todas as crianças, alunos têm que assistir aulas do lado de fora no sol

A Escola Municipal Indígena Ejiwajegi Polo Extensão, localizada em Porto Murtinho, está abandonada pelo poder público. A situação foi divulgada nesta segunda-feira (20) pelo Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF/MS), em nota publicada no site institucional.


Sem prédio próprio, a escola funciona desde 2007 numa sala do Posto de Saúde da Aldeia Campina, na Reserva Indígena Kadiwéu e abriga 22 alunos do 1º ao 8º ano do ensino fundamental. A sala não tem ar- condicionado, e o único banheiro no local é compartilhado com os usuários do posto. Além de não haver espaço suficiente para todas as crianças, até janeiro deste ano, não havia sequer carteiras escolares na “escola”. O MPF declarou que estuda qual medida adotar para a resolução do caso.


Ainda de acordo com o MPF, outra situação grave é que a Secretaria de Educação da Prefeitura de Porto Murtinho jamais enviou qualquer material para a escola. Cansado da situação, o professor da instituição pagou com recursos próprios por carteiras. Os cadernos e outros materiais foram comprados pelos pais.


Também não há local próprio para merenda, nem auxiliar pedagógico ou faxineira. O professor tem que desempenhar todas estas funções.


A situação reflete diretamente no rendimento dos alunos: conforme o MPF, os que chegam ao 8º ano não sabem ler ou escrever.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS