As ações do mês da consciência negra em Dourados até agora foram muito melhores que na edição do ano passado. A avaliação é de Edna Aparecida da Silva, coordenadora de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de Dourados. O desfile afro, a celebração afro e a participação das universidades nas ações foram os maiores avanços, de acordo com Edna. A Coordenadoria é ligada à Secretaria de Governo, dirigida por Wilson Biasotto.
O desfile afro, realizado no Centro Esportivo e Cultural Jorge Antônio Salomão, pela Escola Loide Bomfim, no dia 20, com participação de 30 pessoas negras, com idades entre 2 e 80 anos, foi um grande momento, segundo Edna. Logo em seguida cinco escolas entraram em contato com a coordenadoria solicitando os tecidos e apoio para realizar desfiles.
A realização de um desfile afro dentro das comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra em Dourados foi inédita. Muitas das pessoas entrevistadas disseram que pela primeira vez foram convidadas para um desfile. "As pessoas se sentiram valorizadas, ficaram orgulhosas de ser negras e se sentiram motivadas a lutar contra o preconceito e a discriminação racial", diz Edna.
A 13ª celebração afro, realizada no Salão Paroquial da Paróquia Santa Terezinha, no Jardim Maracanã, foi outro grande sucesso. A missa – este ano com participação de sete padres – tem características diferentes. O altar é o chão e as pessoas ficam em círculo e não em fileiras. "O círculo permite que uma pessoa veja a outra", diz Vander Nishijima, presidente do Comafro (Conselho Municipal de Defesa e Desenvolvimento dos Direitos do Afro-brasileiro). No final da celebração de três horas, houve partilha de alimentos.
A coordenação do Grupo Afro-Axé, ligado à paróquia e que preparou a celebração, convidou para assumir o compromisso com a causa dos negros a primeira-dama Zonir Tetila, o secretário Wilson Biasotto e o superintendente de Habitação Ataulpho Stein. Zonir destacou a importância da celebração e da criação de outros espaços para combater o preconceito e a discriminação.
Biasotto disse que na verdade não faria um compromisso. Apenas reafirmaria um compromisso que a prefeitura já tem com a igualdade social em Dourados. "Não há necessidade de fazer compromisso porque ele já existe; estou reafirmando esse compromisso agora", disse o secretário. Biasotto acredita que uma Cidade Educadora depende da convivência harmoniosa entre todas as pessoas, de todas as cores e de todos os credos.
A audiência na Câmara de Vereadores também foi especial, segundo Edna. Dos 12 vereadores, 10 pediram a palavra para ressaltar e apoiar o combate à discriminação, segundo Edna. Ela também ressalta a importância de Dourados ter na Câmara um vereador negro, o Tenente Pedro, que assume a luta pela causa.
A participação efetiva da Uems, UFGD e Uniderp também foram fundamentais nas ações, segundo a coordenadora. É a primeira vez fez que as universidades tem um envolvimento direto. O I Seminário Diálogos em Saberes de Saúde, que acontece até sábado, também é importantíssimo e fecha em grande dimensão as ações deste ano.
