O adolescente Jaquison Benites, de 12 anos, está há cerca de um ano e meio sendo tratado contra uma aplasia de medula, que é um tipo de leucemia. Ele é indígena da Aldeia Amambai, localizada na cidade de mesmo nome, a 342 quilômetros ao sul de Campo Grande e necessita de um transplante de medula para ser curado.
Durante o tratamento, além da possibilidade de transplante, foi sugerida a utilização de células tronco como meio de cura. A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) acompanha o caso e informou que os exames de compatibilidade sanguínea para que o transplante pudesse ser realizado foram todos negativos e por isso surgiu a ideia da utilização de células tronco.
Para isso, a mãe do adolescente, Jesabel Benites, 33 anos, engravidou pela quarta vez para que as células tronco do cordão umbilical da criança pudessem ser utilizados na recuperação de Jaquison. O bebê deve nascer na segunda-feira (17) no Hospital Regional e segundo especialistas, o sangue do cordão umbilical da criança é a única esperança para a cura de Jaquison.
Durante o parto será realizado um procedimento que até então nunca havia sido feito em Mato Grosso do Sul: a coleta do sangue do cordão umbilical. O cordão umbilical com as células tronco será retirado com a ajuda de um kit especial fornecido pelo Instituto do Câncer (INCA).
Após a retirada, o material será encaminhado para um laboratório no Rio de Janeiro onde será avaliada a compatibilidade entre as novas células e o paciente. Caso seja compatível, os médicos vão aguardar a estabilização do estado de saúde de Jaquison para que esteja pronto a realizar a intervenção cirúrgica, na tentativa de salvar a vida do adolescente.
Mãe e filho, que são da etnia kaiowá, estão em Campo Grande na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai), mantida pela Funasa. O local atende os índios das 75 aldeias de Mato Grosso do Sul e estados vizinhos que necessitam de consulta e tratamento em hospitais de alta complexidade.
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Foto: Divulgação/Funasa
O tratamento está sendo realizado no Hospital Regional e está sob a supervisão do médico hematologista Marcelo Souza, responsável técnico pelo Centro de Tratamento de Doenças Hematológicas. Segundo o médico, “estamos tentando salvar a vida do Jaquison com a ajuda da família dele. Vamos torcer para que haja compatibilidade”, disse.
Doações
Enquanto aguarda o irmão nascer e os exames de compatibilidade ficarem prontos, Jaquison precisa de transfusões de sangue semanais em função da queda constante de plaquetas (glóbulos brancos). As pessoas que desejarem doar sangue ao adolescente, podem ir até o HR e informarem o nome do adolescente para doação. Jaquison tem sangue A positivo.
A Casai também está recebendo doações de roupas para a família. As pessoas que desejarem doar roupas de bebê e mesmo para a mãe e para o adolescente podem ir até a casa de apoio ou na sede da Funasa em MS, localizada na Rua Jornalista Belizário de Lima, nº 263, bairro Monte Líbano. Os telefones são: 3383-5181 ou 3325-1499.
Por Lucia Morel - Capital News
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