Prefeitura oferece 6% de reajuste linear, 4% de incentivo para quem está em sala de aula e 5% para servidor que fez curso Pró-Funcionário
O prefeito de Dourados, Ari Artuzi, fez uma nova proposta de reajuste salarial para professores e funcionários administrativos da Rede Municipal de Ensino para acabar com a greve parcial iniciada há uma semana.
Pela nova proposta, todos os funcionários da educação terão 6% de reajuste salarial e haverá 4% de incentivo ao magistério para os professores que estiverem em sala de aula. A prefeitura também vai conceder mais 5% para os servidores que fizeram o curso Pró-Funcionário, nesta ou na administração anterior.
O município também concorda em regulamentar a redução da carga horária dos funcionários administrativos da educação de oito para seis horas diárias.
Em entrevista à rádio Grande FM, na manhã deste sábado, o prefeito pediu a compreensão dos professores e disse que essa proposta é definitiva, pois chega ao limite do que é possível fazer na atual situação financeira da prefeitura. “Gostaríamos de dar os 40% que o sindicato quer, ou aumentar até mais, até 100%. Mas não temos condições de fazer isso de uma só vez. Não quero ficar aqui reclamando, mas o repasse do Fundeb [Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica] vem diminuindo e não tem como a prefeitura arcar com um reajuste de 40%”, afirmou Artuzi.
Responsabilidade
Ele disse que é preciso fazer a negociação com responsabilidade para não comprometer o andamento da máquina administrativa. “Não podemos assumir um compromisso e depois não cumprir. Com o dinheiro que vem [repasse do Fundeb], não dá para pagar mais. Sabemos que os professores, assim como todos os servidores, merecem ganhar mais, só que temos que ter responsabilidade, senão não vamos conseguir pagar os salários e o 13º em dia”, disse o prefeito.
Sobre a reivindicação dos professores de igualar o salário dos profissionais da Rede Municipal de Ensino com o do professores estaduais, a secretária municipal de Educação, Marlene Vasconcelos, que também participou da entrevista, disse que é impossível fazer essa equiparação de uma só vez. “A melhoria do salário dos professores estaduais foi feita durante oito anos, começou ainda no governo passado. Estamos investindo muito na educação, mas não há como equiparar os salários de uma só vez”, declarou a secretária.
Ela pediu que os pais de alunos se informem sobre quais escolas estão sem aula por causa da greve, pois boa parte dos estabelecimentos de ensino da Reme está funcionando total ou parcialmente. “Algumas escolas estão funcionando 100%, outras 80%, outras 40%. Só duas estão com adesão total à greve. É importante que os pais se informem na própria escola sobre as aulas e levem o filho caso o professor desse aluno não tenha entrado em greve”, pediu Marlene Vasconcelos.
Sobre o aumento de 25% para 30% da arrecadação para investir em educação, o prefeito disse que a atual administração está cumprindo rigorosamente a lei. “A lei manda investir 25% e nós estamos cumprindo. Tem mês que investimos mais de 25%, como agora, quando gastamos 32% com educação, mas não podemos assumir esse compromisso e não poder cumprir”, explicou.
Na Justiça
Artuzi disse que não havia motivo para a greve, uma vez que as negociações ainda não terminaram. “Os professores começaram a greve sem encerrar as negociações. Na segunda-feira vamos entrar na Justiça e pedir a ilegalidade da greve”, anunciou o prefeito. Ele disse que se a Justiça considerar o movimento ilegal, a prefeitura vai cortar o ponto dos grevistas e pode até convocar novos professores para não comprometer o ano letivo dos alunos.
O prefeito pediu para que os pais reflitam sobre a reivindicação dos professores e tirem suas conclusões. “Será que o salário de algum pai aumentou 40%? Será que algum trabalhador brasileiro terá aumento de 40% neste ano? Quero que os pais reflitam sobre isso, tirem suas conclusões e levem seus filhos para a escola na segunda-feira”.
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