A edição do Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) de hoje traz o decreto nº 11.760 que dispõe sobre o pagamento da tarifa nos ônibus convencionais e alimentadores do transporte coletivo de Campo Grande. De acordo com a publicação, a partir da próxima segunda-feira (20), os usuários do transporte coletivo só poderão pagar a tarifa exclusivamente com o cartão eletrônico (Smart Card). A decisão será estendida as 113 linhas alimentadoras do transporte coletivo (que fazem o itinerário bairro/terminal).
À reportagem do Capital News acompanhou uma parte do percurso do ônibus que faz a linha 081 (Bandeirantes – Nova Bahia) e constatou que mesmo o decreto restringindo o uso do dinheiro no pagamento do transporte, a população acredita que a decisão é positiva. A campo-grandense Berenice Azevedo, de 42 anos, apóia a decisão do prefeito Nelson Trad Filho. “Acredito que será melhor porque não terá mais assalto no ônibus. Acho injusto um trabalhador ter várias funções como vinha ocorrendo com o motorista, que ainda tinha que fazer o papel de cobrador e ainda correr o risco de ser assaltado. Acho que a decisão vale a pena porque estão sendo no sentido de melhorar”, pondera. E completa: “Agora eles também precisam melhorar as condições dos ônibus. O bom mesmo era se Campo Grande tivesse metrô”, cobra.
O motorista da Jaguar, José Evangelista da Silva, de 52 anos, aprova a decisão. “Melhorou 100% a população usando apenas o cartão. Eu já tinha sofrido três assaltos, dois em 2007 e um em 2009. Nos primeiros, eles estavam armados com faca e no terceiro com revólver. Os bandidos levaram R$ 100 em cada assalto. Agora sem o caixa diminuiu bastante os assaltos e agora eu só tenho um trabalho que é dirigir. Antes tinha que fazer duas funções e isso tirava a atenção”, explica.
O motorista José Evangelista da Silva, de 52 anos, alega só com o uso de cartão vai melhorar 100%
Foto: Deurico/Capital News
Ele ainda informa que o cartão eletrônico é gratuito e distribuído nos terminais. “Vários pontos de ônibus terão placas indicando o local mais próximo para abastecer os cartões. Na região central vários meninos estarão abastecendo os cartões”, avisa.
O jovem Lucas Lima, de 19 anos, aponta pontos positivos e negativos do novo decreto. “O ponto positivo é o lado da segurança tanto para a população quanto para o motorista. Mas o turista que vem de fora, por exemplo, que ainda não terá a informação, passará por um transtorno”, pondera Lima. O bombeiro, José Mário Victório, que estava com as duas netas no ônibus também opinou. “O lado ruim é pegar as pessoas desprevenidas, as que não tem o cartão ainda. Já quanto os assaltos, acredito que onde tem uma grande circulação de dinheiro atrai os assaltantes, mas tirando esse movimento, os assaltos devem diminuir também”.
Lucas Lima, de 19 anos, cita que os assaltos podem continuar. Ele acredita que os assaltantes rouba os usuários
Foto: Deurico/Capital News
Segundo informações da Prefeitura de Campo Grande, atualmente passam pelo sistema 579.459 cartões, sendo 258.717 recarregáveis; 301.135 de vale-transporte e 19.607 de passe servidor. De acordo com o diretor da Agência Municipal de Transporte e Trânsito, Rudel Trindade Júnior, a população já assimilou a mudança, tanto assim, que embora 42% do sistema estivesse fora da obrigatoriedade , somente 10% dos usuários ainda pagam a passagem com dinheiro. “Temos hoje 800 pontos de recarga de créditos, que podem ser comprados também pela internet. Só nos quatro pontos Peg Fácil já em funcionamento, na Praça Ary Coelho e na Avenida Afonso Pena, diariamente embarcam 13.500 passageiros. Nos próximos 45 dias, começa a funcionar o ponto em frente do Shopping Campo Grande”, explica. A mesma edição do Diogrande traz o aumento da tarifa do transporte coletivo da Capital que passa a custar R$ 2,85 a partir do dia 1º de março.
O bombeiro José alega que o uso de cartão pega nunca gente desprevinido
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