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Rural Terça-feira, 22 de Dezembro de 2009, 14:26 - A | A

Terça-feira, 22 de Dezembro de 2009, 14h:26 - A | A

Cooperativas de produtores de leite querem criar a maior entidade do setor

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Cinco cooperativas de produtores de leite negociam a união de suas operações para a criar a maior entidade do setor na América Latina, com faturamento de R$ 4 bilhões por ano. As negociações envolvem a Itambé, de Minas Gerais, a Centroleite, de Goiás, a Confepar, do Paraná e as também mineiras Cemil e Minas Leite.

Se a negociação for bem-sucedida, as cinco centrais terão uma captação conjunta de pouco mais de 7 milhões de litros por dia. Esse volume é muito superior ao captado diariamente pela DPA - Dairy Partners Americas (5,2 milhões) e pela Perdigão (4,5 milhões), que lideram a atividade.

A concentração já está em curso no setor. Desde 2007, a Perdigão - que hoje integra a Brasil Foods após a união com a Sadia - investe em aquisições. Comprou a Eleva (de lácteos e carnes) e a mineira Cotochés. A empresa gaúcha Bom Gosto, com o apoio do BNDES, fez sete aquisições desde 2007, com investimento de R$ 232 milhões, e hoje capta 4 milhões de litros por dia e fatura R$ 1,6 bilhão por ano.

As negociações para criação da megacooperativa começaram em agosto e já superaram "metade do caminho", segundo uma fonte ouvida pelo Valor. No ano passado, Itambé e Centroleite já haviam conversado, mas as negociações não prosperaram. Na atual fase da negociações, está sendo feita a avaliação dos ativos das cinco cooperativas para definição das participações na nova entidade. A Itambé é maior delas, com cinco unidades processadoras e vendas de R$ 1,9 bilhão neste ano. A Confepar tem duas fábricas e a Cemil, uma. Minas Leite e Centroleite não têm indústrias e apenas captam o produto para revender.

A aglutinação é "uma tendência do cooperativismo", diz o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas. A ideia é "buscar sinergias, baratear custos e rodar menos com o leite in natura". Em busca de fortalecimento no mercado, as cooperativas miram-se nos exemplos bem-sucedidos da neozelandesa Fonterra e da americana DFA, ambas resultantes de fusões de cooperativas. A Fonterra fatura US$ 8 bilhões anuais e responde por mais de um terço do comércio internacional de produtos lácteos.

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