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Rural Quinta-feira, 08 de Janeiro de 2009, 17:39 - A | A

Quinta-feira, 08 de Janeiro de 2009, 17h:39 - A | A

PIB do agronegócio cai pela 1ª vez desde 2006, divulga CNA

Da Redação

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou hoje uma queda de 0,88% no Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro no mês de outubro em relação a setembro do ano passado. Segundo a presidente da CNA, Kátia Abreu, este é o primeiro resultado negativo desde junho de 2006, quando foi registrada uma queda de 0,148%. "Trata-se de um sinal vermelho de que a desaceleração já começou. Nós estamos bastante preocupados com o PIB, mas não estamos querendo fazer alarde", disse.

Ela lembrou que o PIB vem sofrendo recuo desde agosto e as principais causas são a crise financeira internacional e a retração do crédito. Ainda assim, a CNA projeta um PIB de R$ 685 bilhões até outubro de 2008, o que representa crescimento de 6,6% em relação ao PIB de todo o ano de 2007, que foi de R$ 585 bilhões. Kátia Abreu admitiu, no entanto, a possibilidade de esses números serem reduzidos com os resultados de novembro e dezembro, que ainda serão calculados. Ela lembrou que o PIB é calculado sobre a receita, ou seja, a renda obtida com a venda dos produtos agrícolas. Até outubro, segundo a presidente da CNA, foram comercializados 20% do total da produção, quando o normal para o período é acima de 50%.

No levantamento realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo para a CNA, no segmento da agricultura houve uma queda de 1,42% do PIB em outubro ante setembro. Na pecuária, foi registrado leve crescimento de 0,44%, mas em desaceleração na comparação com os meses anteriores. Em relação ao setor de insumos, houve queda de 0,47% no PIB em outubro.

Kátia Abreu não fez estimativas para 2009, mas disse que a redução da previsão do PIB nacional, de 5% para 2,5% neste ano, não pode ser desconsiderada. Sobre as dificuldades do setor do agronegócio, ela disse é preciso resolver três grandes problemas, que são quem vai financiar, como diminuir o risco e como reduzir os custos de produção.

A presidente da CNA voltou a cobrar mais prazo para pagamento das dívidas e juros menores para o setor. Segundo ela, essas questões estão sendo analisadas por um grupo formado por representantes do Ministério da Fazenda, da Agricultura, do Banco do Brasil, da CNA, da BM&FBovespa e Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que terá reunião no dia 30.

Conab

A presidente da CNA insistiu na projeção de uma queda de 10% na produção de grãos na safra 2008/09, contrariando a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que estimou redução de apenas 5%. Segundo ela, o levantamento da Conab considera dados até 15 de dezembro e, desde então, houve uma piora nas condições climáticas para a safra no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e sul do Mato Grosso do Sul. Ela disse ter tido informações de produtores desses Estados de que as perdas chegam a 50% em alguns casos. (Fonte: Agênica Estado)
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Kátia Abreu deu ainda o exemplo do Mato Grosso, que não teve problemas climáticos, mas reduziu a área plantada por causa dos custos dos fertilizantes. No Estado, de acordo com representante da CNA, a colheita da safra já começou e o rendimento obtido até agora é de 52 sacas de soja por hectare, ante média anterior de 54 sacas. (Gerusa Marques)

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