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Rural Terça-feira, 17 de Fevereiro de 2009, 11:03 - A | A

Terça-feira, 17 de Fevereiro de 2009, 11h:03 - A | A

CNA defende subsídio do governo para nova safra

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), disse hoje (16) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o volume de financiamento para a safra 2009/2010 deve cair, por causa da redução dos recursos provenientes das trading companies – empresas que financiam parte da safra por meio da compra antecipada.

Para aliviar a situação dos produtores, a senadora defende que o governo subsidie uma parte maior da safra. No ano passado, os recursos governamentais foram responsáveis por 30% do financiamento.

De acordo com cálculos da senadora, serão necessários R$ 155 bilhões para custear a produção de carne, leite e grãos neste ano. As trading companies financiam, em média, 30% da safra, mas já avisaram que diminuirão o ritmo devido à crise financeira mundial. Ela informou que, só para a soja, a estimativa é de recuo de 50% do dinheiro dessas companhias.

A senadora e o presidente conversaram também sobre um novo modelo de política de crédito rural, que está sendo estudado por um grupo formado por representantes da CNA, do Banco do Brasil e dos Ministérios da Fazenda e Agricultura. Ela disse que algumas propostas em análise são: crédito subsidiado, apoio à comercialização e frete, desoneração tributária e migração da propriedade rural da informalidade para pessoa jurídica. O grupo deve apresentar os resultados em abril, mas Lula cobrou agilidade, conforme relato da senadora.

“O queremos na realidade é um misto de apoio governamental, mas também com regras e instrumentos de mercado”, afirmou a senadora, acrescentado que a carga tributária na cadeia de alimentos é de 16,9% – em contrapartida, a média mundial é de 5%.

Segundo ela, a política de financiamento rural não pode ter como base apenas a renegociação de dívidas, sem garantia de renda para o produtor. “A cada ano, rolado para a última parcela do financiamento, acresce-se ao estoque da dívida em 25% por produtor rural. O que pode parecer aos olhos da sociedade um alívio, na verdade, é apenas um paliativo, uma tormenta que ainda se transforma no ano seguinte”, justificou.

“A política de abastecimento é uma obrigação de todos os presidentes de todos os países. A política de abastecimento não pode vir solitária, sem uma garantia de renda para os agricultores, para as galinhas dos ovos de ouro de um país”, acrescentou. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, também esteve na reunião no Palácio do Planalto.(Com informações da Agência Brasil)

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