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Reportagem Especial Terça-feira, 12 de Abril de 2022, 14:35 - A | A

Terça-feira, 12 de Abril de 2022, 14h:35 - A | A

Reportagem Especial

Semana Santa: Rituais e tradições da igreja católica

Para maioria, momento é de reflexão e respeito pela vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo

Vivianne Nunes
Especial para o Capital News

Arquivo de família

Semana Santa: Rituais e tradições da igreja católica

Lucas e Luiza participaram de quadro vivo da Via Sacra, uma forma de catequese

É verdade que o Brasil é um País de muitas misturas religiosas, no entanto, de acordo com o último censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2010, 87% da população se auto intitula cristã. Desses, 64,4% são católicos apostólicos romanos. Por essa razão, a celebração da Semana Santa é tão importante e respeitada no País.

Em Campo Grande não é diferente e a semana que antecede a páscoa, que é a festa da ressurreição de cristo, é marcada por uma extensa programação nas paróquias de toda a cidade.

Antigamente, os ritos da Semana Santa eram mais rigorosos entre as famílias. Em algumas casas, a sexta-feira santa era marcada pelo período em que se abstém de consumir carne vermelha e por um momento de resiliência. Algumas mães não deixavam as crianças brincarem, correr pela casa e até mesmo a limpeza era a missão que ficaria para o sábado.

Algumas famílias ainda iam além, como conta a servidora pública Glaucimara Hova. “Durante o período da quaresma, a gente não podia nem ir aos ‘bailes’. Meu pai nunca foi muito religioso, mas minha mãe vem de família paraguaia e lá na sexta-feira santa eles só passam a base de chipa”, contou. Quando criança, para levar umas cintadas, somente no sábado “de aleluia”.

“Lembro-me também da celebração da sexta e do beijo na cruz. Não entendia direito, mas sentia a devoção daquele momento”, explicou. Atualmente, casada e mãe de duas crianças, Glaucimara diz que procura ensinar que esse é um período de conversão e introspecção.

Ela conta que esse ano, Lucas, de oito anos, e Luiza, de apenas dois, participaram dos quadros vivos da Via Sacra na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no bairro Santo Antônio. “Antes dos ensaios tiveram momentos de espiritualidade e eu acho importante que eles saibam o quanto Jesus sofreu por nós”, enfatizou.

No Santuário Nossa Senhora da Abadia, uma terça-feira diferente, mas que já virou tradição entre os fiéis que frequentam a comunidade. É a Ceia Judaica. De acordo com o pároco do Santuário, padre Paulo Vital, a Santa Ceia aconteceu em uma ceia pascal judaica. Ele explica a tradição por meio da página oficial do Santuário no Instagram.


“Era a Páscoa, a celebração da "Passagem" (significado da palavra Páscoa). Passagem da escravidão do povo judeu no Egito, para a liberdade na Terra Prometida. Por isso os judeus celebravam a Páscoa e faziam (e ainda fazem) a ceia pascal.

A ceia pascal é rica em rituais e simbolismos. Come-se ervas amargas, pão sem fermento, cordeiro e vinho. Jesus, como judeu, também celebrou esta ceia pascal. Porém, em sua última ceia, ele deu um significado muito mais profundo a ela. Ele se entregou à humanidade como Pão e Vinho, como ‘comida e bebida’ que salva e leva para a vida eterna. Jesus deu à Ceia Pascal o verdadeiro sentido de passagem da escravidão para a liberdade, da morte para a vida, do pecado para a santidade. Não é simplesmente um jantar, é uma Celebração Ritual Bíblica”.

A ceia judaica tem convites à venda na secretaria do Santuário, que fica nos altos da Avenida Afonso Pena e a realização será na comunidade São Domingos Sávio, no bairro Cidade Jardim, em Campo Grande.

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