A BR-163 voltou a ser chamada de “rodovia da morte” após a divulgação de um levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que registrou 442 mortes em acidentes entre 2017 e 2024. O tema foi discutido pelo deputado Junior Mochi (MDB), presidente da Comissão Temporária para Acompanhamento da Concessão da BR-163/MS, que defendeu a necessidade de indenização às vítimas e familiares.
Mochi explicou que os números contabilizam apenas as mortes no local do acidente, mas muitas vítimas acabam falecendo nos hospitais ou ficam com sequelas graves. Segundo ele, a concessionária CCR MSVias descumpriu o contrato de duplicação da rodovia, o que gerou um aumento de acidentes graves. “Se descumpriu o contrato, tem o dever de indenizar”, afirmou o deputado, ressaltando o impacto social e econômico da perda de vidas.
O deputado ainda destacou que cerca de 80% dos acidentes poderiam ter sido evitados se a duplicação estivesse concluída. Ele pediu ao Ministério Público Federal que tome providências com base nas denúncias enviadas pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Mochi comparou a situação da BR-163 ao acidente de Brumadinho, onde a empresa responsável precisou indenizar as vítimas.
Outros parlamentares também apoiaram a cobrança por indenizações e fiscalização. Mara Caseiro (PSDB) reforçou a necessidade de responsabilização da concessionária, criticando o baixo percentual de duplicação e o pedido de aumento do pedágio. Paulo Duarte (PSB) apontou a falta de fiscalização como o principal problema, questionando a atuação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Já o deputado Rinaldo Modesto (PSDB) pediu ajuda da bancada federal para pressionar por soluções rápidas.