Os deputados estaduais receberam nesta quarta-feira (4) o governador Eduardo Riedel (PSDB) e membros da equipe do Executivo para apresentação do projeto de Parceria Público-Privada (PPP) voltado à administração do Hospital Regional Rosa Pedrossian, em Campo Grande. A proposta integra o plano de Regionalização da Atenção Hospitalar em Mato Grosso do Sul e prevê leilão do contrato em dezembro de 2025.
A futura parceria terá validade de 30 anos e envolve exclusivamente a gestão de serviços não assistenciais, no modelo “bata cinza”, como recepção, vigilância, nutrição, lavanderia, TI, manutenção predial, logística e fornecimento de insumos hospitalares.
“Foi garantido que o hospital continuará 100% público, com atendimento SUS e gestão assistencial sob responsabilidade do Estado. Com o novo modelo, ampliaremos a capacidade e melhoraremos a eficiência”, afirmou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gerson Claro (PP).
Expansão da estrutura
Segundo o secretário estadual de Saúde, Maurício Simões Corrêa, o investimento inicial previsto é de R$ 951 milhões. A unidade passará de 362 para 577 leitos, com a construção de dois novos blocos. O Pronto-Socorro será ampliado de 22 para 77 leitos e o estacionamento contará com 753 vagas. A área total do hospital é de 37 mil m² e hoje atende 46 especialidades médicas.
Emendas e tramitação
Durante a reunião, o governo também anunciou a liberação de R$ 35 milhões em emendas impositivas do orçamento estadual, com previsão de pagamento em 11 de junho, diretamente aos municípios, via transferência Fundo a Fundo. Gerson Claro acrescentou que um acordo entre líderes prevê que a votação do projeto ocorra até 17 de julho.
Debate sobre modelo e servidores
A deputada Gleice Jane (PT) expressou preocupação com a situação dos trabalhadores terceirizados e relembrou experiências negativas em Dourados com organizações sociais (OS).
“Há relatos de prestadores de serviços que não recebem salários e ficam sem respaldo. Isso é precarização. Questionamos sobre os servidores, mas não houve resposta”, lamentou.
Já o deputado Zé Teixeira (PSDB) reforçou que é necessário promover uma discussão ampla sobre a gestão em Dourados, destacando que o modelo da PPP difere da contratação via OS, pois está em fase de construção do edital.
“Dourados merece atenção. É o segundo maior município e precisa ter transparência sobre o que será feito com o Hospital Regional de lá”, afirmou.
A proposta da PPP faz parte da estratégia do Governo de Mato Grosso do Sul de modernizar a rede hospitalar pública com foco na regionalização, eficiência e qualidade dos serviços prestados à população.