Finalista da Polônia ao Prêmio Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, “Corpus Christi” levanta questões essenciais da existência. A principal é se o mais importante é o que somos, aquilo que a sociedade espera que sejamos ou ainda aquilo que as outras pessoas acreditam que cada um é ou pode ser?
Unesp
Oscar D'Ambrosio
Essas perguntas vêm à tona na história, inspirada livremente em fatos reais, de um jovem que sai de uma casa de detenção e que acaba por ocupar o lugar de padre em um vilarejo polonês. A sinceridade de seus sermões e suas atitudes distantes de qualquer estereótipo de frieza eclesiástica conquista os moradores do povoado.
Mas a farsa é desnudada num contexto em que o espectador fica inseguro. Condena-se o jovem por falsidade ideológica? Ou deve-se aplaudir a maneira como ele lida com a comunidade e estimula a prática do perdão a um motorista injustamente acusado de ter matado um grupo de jovens?
Qualquer resposta foge da simplicidade, pois o diretor Jan Komasa, apoiado no excelente ator Bartosz Bieleni, consegue manter a ambiguidade de um personagem que se aproxima de Deus talvez por falta de opção e pratica o bem de uma maneira muito pessoal, num universo pleno de interrogações.
*Oscar D’Ambrosio
Jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
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