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Opinião Domingo, 14 de Abril de 2024, 16:24 - A | A

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Opinião

A Influência de Nietzsche Para a Pós-Modernidade

Por Wanderson R. Monteiro*

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A relação entre a Pós-Modernidade e a morte de Deus em Nietzsche é de grande relevância para compreender os fundamentos filosóficos e culturais da cosmovisão pós-moderna. Nietzsche, um dos filósofos mais influentes do século XIX, proclamou a morte de Deus como uma consequência da crise dos valores morais e religiosos em sua época. Ele argumentou que a crença em Deus e na moral tradicional estava em declínio, deixando um vácuo de significado e propósito na vida humana.

Um dos aspectos centrais da cosmovisão pós-moderna é a influência da filosofia de Friedrich Nietzsche e sua declaração da "Morte de Deus". Nietzsche argumentava que, na era pós-moderna, as bases metafísicas e religiosas tradicionais da sociedade estavam em colapso, e a crença em Deus como fonte de significado e moralidade estava sendo abandonada.

Segundo Nietzsche, a morte de Deus resultaria em uma crise de valores e na perda de uma base sólida para a moralidade. Sem a existência de um Deus transcendente que estabelecesse os padrões morais, a moralidade seria relegada a construções humanas relativas e contingentes. Isso abriria espaço para a vontade de poder e a afirmação do indivíduo como a medida de todas as coisas. De maneira que, sem Deus e seus princípios como base para a moralidade, cada pessoa poderia viver e agir segundo a sua própria ética particular.

Segundo ele, o colapso das bases metafísicas e religiosas, juntamente com o “abandono” da crença em Deus, resultava em um vácuo de valores e uma perda de referências absolutas, e isso leva ao niilismo e à busca individual por valores subjetivos. Com essa ânsia de se estabelecer os ideais pessoais e subjetivos como valores supremos, a Pós-modernidade passa a ser vista como a era das múltiplas verdades, preparando o caminho para o relativismo que é, ao mesmo tempo, sua gênese e sua consequência.

Na modernidade, Deus era fundamento sólido que sustentava a sua cosmovisão, estabelecendo limites e normas para os relacionamentos e compreensão de mundo. A partir de Nietzsche os fundamentos para uma cosmovisão sólida foram abalados, na verdade, foram destruídos, já que Nietzsche achava necessário destruir todos os fundamentos em que a humanidade estivesse “presa”, inclusive Deus, para que a humanidade pudesse ser livre para trilhar seus próprios passos, seguindo, cada um, os seus próprios princípios e ideais, e não mais um sistema de princípios fixos.

Essa perspectiva nietzschiana se alinha com a pós-modernidade, que também rejeita a ideia de uma verdade objetiva e universal. Na cosmovisão pós-moderna, não há uma fonte última de autoridade moral ou intelectual, e cada indivíduo é livre para construir sua própria narrativa e interpretar o mundo de acordo com suas experiências e perspectivas.

O anúncio da morte de Deus em Nietzsche propiciou e pavimentou os caminhos para a deificação do homem, fortalecendo o antropocentrismo e a visão particular de mundo, em detrimento da cosmovisão cristã, que é uma metanarrativa teocêntrica.

Essa visão de Nietzsche desafia a cosmovisão cristã, que afirma a existência de um Deus transcendente e a autoridade de Sua Palavra como fonte de verdade e moralidade. Para o cristianismo, Deus é o fundamento último da realidade, e a negação de Sua existência implica na perda de uma base sólida para a compreensão da vida e do propósito humano.

No entanto, uma das influências de Nietzsche para a cosmovisão pós-moderna se revela no acolhimento da ideia da morte de Deus como uma libertação da opressão das estruturas religiosas e uma abertura para a autonomia e a pluralidade de perspectivas, ideias ainda muito propagadas e buscadas hoje em dia, independentemente de suas consequências.


*Wanderson R. Monteiro
Autor do livro “Cosmovisão Em Crise: A Importância do Conhecimento Teológico e Filosófico Para o Líder Cristão na Pós-Modernidade”.
Dr. Honoris Causa em Literatura e Dr. Honoris Causa em Jornalismo.
Bacharel em Teologia, graduando em Pedagogia. Acadêmico Correspondente da FEBACLA.
Acadêmico Fundador da AHBLA. Acadêmico Imortal da AINTE.
Vencedor de quatro prêmios literários. Coautor de 13 livros e quatro revistas.
(São Sebastião do Anta - MG)

 

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