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Opinião Domingo, 10 de Maio de 2020, 09:33 - A | A

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Opinião

A arte dos autodidatas

Por Oscar D’Ambrosio*

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A arte popular se caracteriza pelo autodidatismo, por técnicas rudimentares adquiridas de modo empírico, pela espontaneidade e liberdade de expressão, e informalismo (ausência de aspectos formais acadêmicos, como composição, perspectiva e respeito às cores reais).

Unesp

Oscar D'Ambrosio - Artigo

Oscar D'Ambrosio


A arte naif vem, pouco a pouco, ganhando espaço na mídia. Em 1974, os franceses lançaram um selo com um quadro do mais famoso dospintores naïfs, Henri Rousseau, enquanto, na Suécia, caixas de fósforos já foram enfeitadas com imagens criadas por Skum, um pintor ingênuo esquimó. Além disso, há museus especificamente de arte naïf, em Laval, na França; em Luzzara, na Itália; em Figueras, na Espanha; em Esquel, província de Chubut, na Argentina; e, em Heblime, na Iugoslávia.

Os pintores naifs estão muito próximos dos pintores amadores e às vezes até se confundem com eles, mas se diferenciam por apresentar uma posição estética definível à margem da arte erudita, tradicional ou inovadora. Sua fundamentação está em certa dose de ingenuidade, o que é comum nos amadores, mas que atinge, graças à imaginação, novas possibilidades expressivas que a aprxima da arte contemporânea.

O alfandegário aposentado Rousseau (1844-1910), por exemplo, foi valorizado pelos intelectuais de vanguarda franceses, como o dramaturgo Alfred Jarry, o poeta Guillaume Apollinaire e os pintores Robert Delaunay e Pablo Picasso, e influenciou os surrealistas.

Graças a ele, outros pintores primitivistas foram se impondo, conquistando a crítica e adquirindo uma posição dentro da História da Arte. Podemos citar, nessa direção de valorização da arte dos autodidatas, o Museu de Arte Moderna de Paris, que tem uma sala especial para os naïfs, onde se encontram, ao lado de Rousseau, Vivin (1861-1936), Séraphine (1864-1942) e A. Bauchat (1837-1938), entre outros.

Que ótimo que essa diversidade ganha cada vez maior visibilidade!

 

 

*Oscar D’Ambrosio

Jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

 

 

 

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