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Cotidiano Terça-feira, 16 de Abril de 2013, 17:03 - A | A

Terça-feira, 16 de Abril de 2013, 17h:03 - A | A

Acadêmicos protestam contra privatização do HU

Aliny Mary Dias e Bruno Chaves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Em protesto à privatização do Hospital Universitário, cerca de 150 alunos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) fazem uma manifestação em frente à reitoria na universidade na tarde desta terça-feira (16).

Os acadêmicos levaram cartazes e instrumentos de som para a manifestação barulhenta depois que foram impedidos de participa da reunião que ocorre com 30 professores e representantes do Sindicato dos Trabalhadores Técnicos e Administrativos em Educação das Instituições de Ensino Superior do Estado (Sista/MS).

A Polícia Militar foi chamada e acionou o reforço da Polícia Federal, mas segundo os acadêmicos, não há intenção de invasão da reitoria.

A reunião que acontece a portas fechadas na UFMS é realizada quatro vezes ao ano. Geralmente os alunos podem acompanhar os assuntos votados em pauta, mas dessa vez os acadêmicos foram barrados. Apenas dois representantes puderam entrar.

Entre os 15 assuntos que estão em pauta para votação, três deles são polêmicos e geram discussão entre os alunos: Privatização do Hospital Universitário (HU), Criação do curso de Medicina Veterinária em Paranaíba e aumento de vagas do curso de Medicina no campus de Campo Grande.

Uma das manifestantes, a acadêmica de Jornalismo, Marina Duarte de 20 anos, disse ao Capital News que o assunto mais polêmico é a privatização do hospital. Segundo ela, o objetivo é que o hospital seja administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).

A indicação é do Ministério Estadual da Educação (MEC) e vale para todo o país, porém, cada universidade pode decidir em privatizar ou não os hospitais.

“O HU não pode fazer parte devido aos escândalos da PF, tem politicagem que envolve o assunto. Isso prejudicaria o hospital escola”, afirma a estudante.

O coordenador de políticas sociais do Sista, Diego Rodrigues, afirma que a adesão do HU à EBSERH prejudicaria as ações do hospital.

“É uma preocupação a autonomia da universidade em poder interferir nas decisões do hospital. Prejudicaria as decisões da universidade. Outro ponto é com relação aos funcionários, com a adesão, eles seriam contratados e não concursados, aqueles que são concursados seriam cedidos ao hospital”, diz o coordenador.

Sobre a ampliação de vagas do curso de Medicina e a criação de um novo curso no campus de Paranaíba, os manifestantes se dizem contrários porque a UFMS não possui estrutura para comportar a demanda de novos alunos.

A universidade é baseada no tripé: ensino, pesquisa e extensão. Hoje a UFMS não oferece condições de pesquisa e com a abertura de novos cursos ofereceria ensino, mas não será concreto se não houver as outras ações”, completa a acadêmica que participa do protesto.

Sobre a proibição de participação de acadêmicos na reunião, o Capital News entrou em contato com a assessoria de imprensa da UFMS, mas até o fechamento desta reportagem não obteve retorno.

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