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ENTREVISTA Sábado, 29 de Setembro de 2018, 13:30 - A | A

Sábado, 29 de Setembro de 2018, 13h:30 - A | A

ELEIÇÕES 2018

Série de Entrevistas: Odilon quer “reconstruir a moralidade pública do Estado”

Candidato do PDT é o sexto e último entrevistado da Série de Entrevistas do Jornal Capital News com os candidatos ao Governo do Estado

Leonardo Barbosa
Capital News

Assessoria/Reprodução

Série de Entrevistas: Odilon quer “reconstruir a moralidade pública do Estado”

Juiz Odilon de Oliveira é candidato ao Governo do Estado pelo PDT

O candidato ao Governo do Estado, Juiz Odilon de Oliveira (PDT) é o sexto e último a participar da Série de Entrevistas com os postulantes ao executivo estadual, promovida pelo Jornal Capital News nesta semana. O candidato falou sobre suas propostas e projetos para o Mato Grosso do Sul, caso seja eleito governador.

 

Odilon respondeu à oito perguntas padrões (enviadas à todos os candidatos) sobre economia, saúde, educação, corrupção e governabilidade. Confira:

 

- Por que você quer governar Mato Grosso do Sul? (Resposta em vídeo)

- Quero ser governador do MS para recuperar a economia do estado e para reconstruir o estado no aspecto da moralidade pública e sobre o aspecto ético. Evidentemente que o estado ficou dormindo durante 4 anos e só veio acordar no ano eleitoral. Serviços públicos foram mal prestados ou não prestados durante esse período. Segurança pública, saúde pública e educação de boa qualidade, principalmente isso. Recuperação moral, recuperação econômica, sempre visando a construção da dignidade do ser humano.

 

- Como você enxerga a situação atual do Estado? O que precisa ser melhorado?

- O Estado deve estar em situação financeira muito ruim. Em 2015, o Governo do Estado usou R$ 1,7 bilhões em depósitos judiciais e isso é grave. Em 2016, o Estado rolou uma dívida de mais ou menos R$ 600 milhões em dívida para com a União e o próximo governo vai ter que pagar isso. No ano seguinte, em 2017, o Estado rolou, novamente, dívida para com a União, R$ 740 milhões. Ainda em 2017, no final do ano, o Estado, reformando a previdência social - medida que foi criticada pelo Ministério da Fazenda - usou do fundo previdenciário dos servidores, exatamente, R$ 382 milhões, e não podia fazer isso de maneira alguma, pois a constituição federal proíbe que se use fundo previdenciário. De modo que, andando pelo estado, pelas rodovias e pelas estradas vicinais, a gente verifica que a situação está muito ruim.

 

Tudo precisa ser melhorado, tudo que não foi feito durante esse período, porque tem muito serviço que se faz e que tem que ser realizado depois de determinado tempo. Por exemplo, conservação de estradas: é uma coisa que tem que ser feito periodicamente; Segurança Pública: o estado não têm, está em uma situação muito difícil e as reclamações são gerais. Todo mundo reclama quando se fala de segurança pública. A população reclama, os comerciantes reclamam. A saúde pública também é outro desastre no estado. Houve promessas de construção de hospitais, reforma do Hospital Regional de Campo Grande e nada foi feito; o Hospital do Trauma só veio a funcionar, agora recentemente, há poucos dias, por conta de interesses políticos, e há outras situações também que tem de ser ajustadas de imediato.

 

- Nos últimas gestões, servidores e chefes de departamentos ligados ao governo estiveram envolvidos em escândalos de corrupção. O que precisa ser feito para que essa prática seja abolida dentro do sistema público?

- Primeira coisa, o gestor, isto é, o governador, tem que dar bom exemplo. É questão de postura. Governador não é aquele que se apresenta como tal, que se veste como tal, mas o governador é aquele que está dentro daquele que se apresenta como tal, isto é, questão de postura, é questão de bom exemplo, dar exemplo de cima para baixo. Tem que haver a especialização de delegacias para combater essa corrupção, tem que haver uma melhor estrutura para o Gaeco que é um grupo muito importante para o Estado, e tem que haver uma conscientização efetiva, nós temos que imprimir na alma e na consciência do servidor público, o ensinamento de que ele existe para transformar, não a sua vida, surrupiando o que é do povo, mas para transformar a vida da população e para transformar o Estado também.

 

- Como aumentar o investimento em saúde e educação?

- Primeira coisa que tem que fazer é estabelecer diretrizes, uma dessas diretrizes chama-se prioridade. Então ao invés de se construir um Aquário do Pantanal, vamos aplicar na saúde pública, vamos aplicar na educação. Outra diretriz: combate à corrupção, tolerância zero com a corrupção. A corrupção no Brasil é um desastre. A média da corrupção no Brasil é de 2,92 do PIB, enquanto a média mundial chega a 2,38%, então o Brasil está muito mal colocado neste ranking da corrupção, e é uma vergonha, o MS, por exemplo, foi palco de um acontecimento recente, transmitido por toda a televisão, e o povo do MS ficou envergonhado, quer dizer, o estado aparece muito na televisão, muito na imprensa nacional, mas aparece deixando uma mancha no ar, e isso faz mal para a imagem do estado, isso faz mal para a imagem das pessoas e as pessoas ficam envergonhadas com a postura política e de administrador, neste sentido.

 

Acabando com a corrupção que é muito pesada, e eu não estou inventando nada, estou apenas repetindo o que existe em processos no CNJ e o que existe nos registros da imprensa de um modo geral, acabando com a corrupção e desestimulando o grande sonegador, não o pequeno sonegador, porque o pequeno sonegador não sonega, ele apenas deixa de pagar, agora o grande sonegador tem que ser desestimulado e evidentemente, temos que arrecadar mais. Não é aumentando o imposto que se arrecada mais, arrecada-se mais, aumentando a quantidade de empresas, ou fortalecendo a situação dessas empresas. Dando incentivo fiscal, que é muito importante para o crescimento econômico e aí a gente aumenta a receita, aumenta a arrecadação. O que aumenta imposto, e eu não vou aumentar imposto de maneira alguma, é você aumentar a alíquota, por exemplo, pegar o combustível e lançar sobre ele, um percentual de 17%, não significa que está arrecadando mais imposto, ou então alargar a base de cálculo, aquele valor pelo qual incide este percentual. O que nós temos que fazer é criar o fato gerador do imposto, que é a criação de novas empresas e a recuperação daquelas empresas que por falta de incentivo do Estado, entraram em falência ou arruinaram a sua situação. O que temos que fazer também é desburocratizar. Se você desburocratiza o Estado, nós vamos ter mais economia. Prioridade é fundamental. Reduzir, logicamente, os custos públicos, já que o Poder Público gasta muito. E não é gasto com o servidor. O poder público gasta muito com outras coisas que são desnecessárias. Aí nós vamos ter dinheiro para a educação, para segurança pública, para a saúde e dinheiro para tudo.

 

- Mato Grosso do Sul é referência em produção Agropecuária. De que forma o governo pode ajudar mais os setores produtivo, industrial, empresarial e comercial?

- O setor econômico e os setores empresarial e industrial, a gente precisa criar uma estrutura, tudo depende de uma estrutura. No meio rural, por exemplo, a malha viária aqui no MS está em uma situação de penúria, só o município de Paranaíba tem 70 pontes e só três são pontes de material, o resto todas são de madeira, que o cupim come. Então não tem segurança nenhuma. Então nós vamos economizar, fazer com que as empresas e os produtores façam uma economia, e nós temos que incentivar as empresas de um modo geral, o papel do Estado é normatizar sem terror e ser um orientador, incentivador, garantir a liberdade de iniciativa e garantir a livre concorrência. O estado moderno tem que ser assim.

 

- Caso um candidato da oposição vença o pleito para a Presidência da República, como seria a relação com o Estado?

- Relação institucional. Não será relação de governo, será relação de Estado. Então tanto faz. Quando se termina uma eleição e se proclama o resultado, que se toma posse, melhor dizendo, a governança é para todo mundo, o presidente da República, seja lá de que partido for, ele terá que ser o presidente de todos os brasileiros. Então não haverá nenhum prejuízo, se o presidente for de outro partido. O que nós temos que fazer é empregar nossa força política, composta por representantes de vários partidos, são vários deputados estaduais que compõem uma força política e são 8 deputados federais, 3 senadores e o governador. Então nós temos que empenhar essa força política para beneficiar o nosso estado.

 

- Por que a escolha de seu candidato à vice? Descreva-o.

- O PDT realizou uma aliança com o PRB e o nosso vice é o bispo Marcos Vitor. Feita essa aliança, coube ao PRB, indicar o vice, só que pesou nessa escolha, também o fato de o vice residir em Dourados. Então de qualquer maneira, satisfez essa indicação, aos interesses do PDT, e aos interesses do PRB também, e aos interesses de todo o cone sul, a partir de Dourados. E outra coisa, são as qualidades daquela pessoa e os princípios, foram princípios morais, princípios éticos… Isso pesou bastante, é claro. E a intenção dele, de comprometimento com os interesses do povo e os interesses do estado, isso foi fundamental.

 

- Qual é o seu diferencial em relação aos outros candidatos?

- Eu sou o novo! Eu vim para mudar! Eu não quero ser político profissional de maneira alguma. Eu venho de uma vida de luta, de embates, de enfrentamento da criminalidade, procurei nunca me deter e nunca me detive contra a criminalidade organizada, procurei ajudar o MS, não só através do meu trabalho, mas reprimindo com rigor, com veemência, o tráfico internacional e a criminalidade pesada, o grande contrabando que prejudica o Estado. Ou seja, mesmo não sendo secretário de segurança pública, eu procurei proteger a população do MS e a população do Brasil inteiro. Confisquei muitos bens de traficantes, dei aviões para o estado do MS e esses aviões estão sucateados. Intermediei a vinda de um helicóptero do traficante colombiano Abadia e infelizmente, está desmontado, porque não deram o devido valor. O patrimônio do Estado tem que ser protegido.

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