A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) aprovou mais uma etapa decisiva para a concessão da Hidrovia do Rio Paraguai, projeto estratégico que promete transformar a logística de transporte em Mato Grosso do Sul e impulsionar as exportações por Corumbá, Ladário e Porto Murtinho.
A concessão, que terá duração de 15 anos, prorrogável, contempla um trecho de 600 quilômetros entre Corumbá e a foz do Rio Apa, em Porto Murtinho. Nos cinco primeiros anos, estão previstos R$ 63,8 milhões em investimentos para dragagem, balizamento, sinalização, aquisição de draga, construção de galpão industrial, implantação de sistemas de gerenciamento de tráfego aquaviário e ações de inteligência fluvial.
Para o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, a concessão representa uma virada logística. “A concessão da Hidrovia do Rio Paraguai representa um divisor de águas para a economia do Estado, principalmente ao destravar gargalos logísticos que hoje encarecem a produção mineral e agrícola. Além disso, consolida nossa integração com o Mercosul e amplia o papel histórico de Corumbá e Ladário na navegação fluvial”, destacou.
O projeto também reforça o compromisso ambiental do Estado. “O projeto prevê ações concretas de modernização e mitigação ambiental, alinhadas à nossa meta de neutralidade de carbono até 2030. É um passo importante para consolidar Mato Grosso do Sul como referência nacional em desenvolvimento sustentável”, acrescentou Verruck.
Com a aprovação das contribuições recebidas na Audiência Pública nº 18/2024, o processo segue agora para o Ministério de Portos e Aeroportos e, em seguida, ao Tribunal de Contas da União (TCU). A expectativa é de que a concessão aumente o volume de cargas transportadas com regularidade, previsibilidade e menor impacto ambiental, tornando os produtos sul-mato-grossenses mais competitivos no Brasil e no exterior.
“Além de ser a primeira concessão hidroviária do Brasil, a Hidrovia do Rio Paraguai cria um novo ambiente de confiança para investimentos privados, atende a demandas reprimidas e impulsiona o transporte de cargas com menor emissão de gases de efeito estufa”, finalizou Verruck.
Para o presidente da ADECON (Agência de Desenvolvimento Sustentável das Hidrovias e dos Corredores de Exportação), a iniciativa representa um marco histórico para a logística nacional e projeta o país para uma nova era na navegação interior.