Alegria. Uma palavra simples que transformou um projeto que parecia que não daria certo em um dos maiores exemplos de amor e solidariedade do Brasil. O “Doutores da Alegria”, projeto que é uma Organização Não-governamental (ONG) nasceu em 1991 e depois de certos momentos em que tudo indicativa que palhaços não iriam mais a hospitais para colocarem um sorriso no rosto de crianças internadas, um patrocínio de uma grande empresa do Brasil transformou o sonho em realidade.
Investimento financeiro de entidades privadas e dedicação de quem acreditava no projeto fizeram da ONG uma das mais promissoras do País, que depois de 17 anos de atuação, já tem jovens palhaços levando alegria a hospitais de São Paulo (onde tudo começou), Rio de Janeiro, Recife (PE) e Belo Horizonte (MG).
“O projeto não teria como se sustentar se não fosse a iniciativa privada”, afirma o fundador e idealizador do “Doutores da Alegria”, Wellington Nogueira, que veio a Campo Grande especialmente para o evento Empresas e Comunidade, para contar sua história e dar seu exemplo que como ações sociais fortes e sólidas precisam do empenho e da sensibilidade dos empresários e gestores.
“Hoje não importa se a empresa se interessa por algum projeto social apenas para ter benefícios fiscais ou para entrar “na moda”. O importante é investir e com o tempo a gente vê que isso modificou a visão da empresa e que ela tomou gosto pelas ações porque acredita que está fazendo algo realmente bom”, detalha Nogueira, que em meio a muitas palhaçadas prendeu a atenção de dezenas de empresários e membros de ONGs por 45 minutos no auditório do Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, onde o evento, que terá outras palestras, segue até amanhã.
Regional
Infelizmente, em sua maioria, os patrocinadores desses projetos são grandes empresas nacionais, que muitas vezes têm braços e filiais nos estados, como em Mato Grosso do Sul. No entanto, empresas genuinamente sul-matogrossenses dificilmente apóiam esse tipo de iniciativa, se reservando ao direito de não atuar com responsabilidade social, ou ao menos, não levantando recursos para ações desse tipo.
De acordo com o representante da Fundação Avina, idealizadora do “Empresas e Comunidade” e que atua em toda América Latina, Miguel Milano, esta é a segunda vez que o evento é realizado em MS e ainda está programado para ocorrer em Santa Catarina e Mato Grosso.
O objetivo é traçar metas e promover o desenvolvimento sócio-ambiental no Estado através de empresas parceiras que invistam em organizações daqui. “A gente não vê grandes empresas aqui do Estado e aqui de Campo Grande patrocinando ou ajudando certas entidades. Mas acredito que já se começa uma articulação para que futuramente isso mude”, prevê.
Ações isoladas há, mas parcerias definidas ainda não são constantes. Hoje, as empresas que investem em instituições em Mato Grosso do Sul não são nascidas no Estado e atuam através de suas fundações, como o Instituto Wal Mart, Vale, MMX, Plaenge e outros. “Nenhuma delas é do Estado, mas esperamos que isso possa mobilizar as empresas daqui a atuarem em responsabilidade social”, analisa Milano.
Com um olhar voltada para a sustentabilidade, o “Empresas e Comunidade” busca criar uma rede de ajudadores com o objetivo de financiar e criar parcerias para a construção de ações voltadas ao bem comum e ao desenvolvimento de atividades sócio-ambientais.
As instituições parceiras também beneficiadas pelo projeto são: Associação dos Amigos das Crianças com Câncer (AACC), Casa de Ensaio, Centro de Integração da Criança e do Adolescente (Cica), Agência em Defesa da Infância – Girassolidário, Instituto Homem Pantaneiro, Instituto Brasileiro de Inovações Pró-Sociedade Saudável Centro-Oeste (Ibiss/CO) e Fundação Neotrópica.