O volume de água dos rios do bioma Cerrado, especialmente no Mato Grosso do Sul, diminuiu 27% desde 1970, o que equivale à perda de 30 piscinas olímpicas por minuto. Entre esses rios, o Rio Taquari, que abastece o Pantanal, destaca-se pelo impacto ambiental direto na região sul-mato-grossense. A informação faz parte do estudo “Cerrado: O Elo Sagrado das Águas do Brasil”, divulgado recentemente.
O Rio Taquari apresentou aumento de 12% na evapotranspiração — a transferência de água do solo para a atmosfera — mostrando que o bioma está secando. O coordenador científico do estudo, Yuri Salmona, alertou: “O Pantanal, maior planície alagada do mundo, depende 100% da água que nasce nas cabeceiras dos rios dentro do Cerrado. Estamos impedindo que essa água chegue e acabando com o Pantanal.”
Além disso, a vegetação nas bacias hidrográficas do Cerrado, que inclui parte significativa do território sul-mato-grossense, encolheu 22% entre 1985 e 2022, agravando os efeitos da seca e da perda hídrica. O desmatamento para plantio de soja na região do Rio Taquari aumentou de 65,3 mil hectares para 211,5 mil hectares, contribuindo para a degradação ambiental.
As chuvas também caíram nas bacias do Estado, refletindo na redução dos volumes dos rios e afetando o equilíbrio hídrico. A diminuição do fluxo e a elevação da evapotranspiração podem comprometer o abastecimento de água e a biodiversidade local, além de ameaçar a sustentabilidade econômica das comunidades que dependem dos recursos naturais da região.
O cenário reforça a necessidade urgente de ações para proteger o Cerrado e o Pantanal em Mato Grosso do Sul, garantindo a conservação das águas e a manutenção dos ecossistemas que sustentam a vida e a economia do Estado.
• • • • •
• REDES SOCIAIS •
• REPORTAR NEWS • |