Representantes do Fórum Estadual de Cultura (FESC) e do Fórum Municipal de Cultura de Campo repudiaram a e retirada da exposição em cartaz no Museu de Arte Contemporânea de MS (MARCO) em Campo Grande, da artista Alessandra Cunha Ropre. Um dos quadros chegou a ser apreendido na tarde desta quinta-feira (15), depois que os deputados estaduais Herculano Borges (SD), Coronel Davi (PSC) e Dr. Paulo Siufi (PMDB) registraram boletim de ocorrência contra o conteúdo das obras.
“O que vimos hoje em Campo Grande é um exemplo da retirada de direitos, inclusive fere o artigo quinto da Constituição Federal que regula sobre a livre manifestação e expressão cultural. Vimos ainda, em alto grau, o conservadorismo e autoritarismo impondo à arte o que ela deve ou não fazer, e ainda, demonstrando com força policial, como fazer. A exemplo do que ocorreu nos últimos dias com exposição “Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira” em Porto Alegre, pelo Banco Santander. Exigimos uma retratação pública por parte destes deputados para com a trabalhadora Alessandra Cunha Ropre, assim como, toda a sociedade sul-mato-gressensse, e para com os/as trabalhadores/as da cultura no MS”, diz a nota.
“O Fórum se coloca ao lado da artista, da gestora do MARCO, da categoria e de todos os cidadãos que prezam pela arte e pela liberdade, lembrando que estamos alerta, por que é por aí que começa um processo de censura que está atingindo diversas manifestações culturais”, diz a nota divulgada pelo fórum municipal. “Conforme a curadora do Marco, a exposição visa a denúncia contra a pedofilia e alerta para os males que isso possa causar. As obras pictóricas, são um reflexo de nosso tempo e suas contradições. As linguagens da arte são diversas, ampliam a construção do conhecimento e a liberdade criativa. As telas de Alessandra despertam debate, e nada justifica a censura porque limita a criação artística e a liberdade de pensamento”, afirmam os artistas do município.