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Cotidiano Quinta-feira, 06 de Novembro de 2008, 16:03 - A | A

Quinta-feira, 06 de Novembro de 2008, 16h:03 - A | A

Empregados de supermercados ameaçam entrar em greve

Jefferson Gonçalves - Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

Empregados em supermercados se reúnem no próximo dia 18 na sede do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande, às 19 horas, para decidir se aceitam ou não a proposta dos supermercadistas, que ofereceram pouco mais de 5% de reposição salarial, referente ao acumulado da inflação no ano (até abril).Os empregados ameaçam entrar em greve caso os empresários não concedam um aumento para a categoria, que negocia a nova Convenção Coletiva de Trabalho desde Abril.

O presidente do sindicato, Idelmar da Mota Lima, disse que os comerciários estão em "pé de guerra" com os supermercadistas e que eles podem partir para o confronto, com a paralisação das atividades, passeata pelas ruas centrais da cidade, apitaço, piquetes; manifesto com carros de som, faixas e cartazes em frente aos supermercados e com publicações na mídia mostrando o desrespeito dos empresários com seus funcionários.

"O que a categoria decidir no dia 18, nós acataremos e se for preciso, iremos para o confronto sim. Afinal, temos a opinião pública de nosso lado que tem acompanhado as constantes altas dos alimentos nos supermercados e o conseqüente faturamento dessas empresas", comentou o sindicalista, informando que no dia seguinte (19) haverá uma nova rodada de negociação com o sindicato de proprietários de supermercados de Mato Grosso do Sul. "Esperamos que, desta vez, eles usem do bom senso e acatem nossa proposta de ganho real acima dos índices inflacionários", comentou.

Ele lembrou os últimos números divulgados pela Associação Brasileira de Supermercados que apontou somente para o mês de setembro/08 um faturamento de 5,53% em comparação ao mesmo período do ano passado. O faturamento do setor em 9 meses deste ano acumulou um ganho de 14,92%.
Segundo o Índice Nacional de Vendas da ABRAS, os supermercados da região Centro-Oeste (MS, MT, GO e DF) faturaram, de janeiro a setembro deste ano, através de apenas 249 unidades espalhadas por esses Estados, o montante de: R$ 5,7 bilhões.

"Com tamanho volume de faturamento, como não conceder um aumento salarial justo para os funcionários, grandes responsáveis por esse rendimento?", questiona Idelmar.

O sindicalista informou que o piso salarial dos empregados em supermercados é de R$ 465 e a oferta dos empresários é de elevar esse valor para R$ 510,00. Essa proposta, segundo Idelmar, está bem abaixo do o piso dos demais comerciários que do setor lojista (negociado com outro sindicato patronal), que é de R$ 560,00 a partir de 1º de novembro. Até outubro esse piso era de R$ 515, bem maior ainda que a proposta dos supermercadistas.

Apoio da Força Sindical

Se os empregados em supermercados resolverem partir para o confronto, terão o apoio da Força Sindical, da Federação dos Trabalhadores no Comércio de Mato Grosso do Sul e do Fórum Sindical de Trabalhadores de Mato Grosso do Sul (organismo que reúne sindicalistas de diversos segmentos, federações e associações de classe). De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande, Nelson Benites, "Jogaremos pesado. Dentro da lei, para mostrar para a opinião pública o quanto os supermercados estão sugando seus funcionários como verdadeiros vampiros, sem retribuir dignamente por esse trabalho", comentou.

O sindicato vai começar a distribuir a partir de hoje um panfleto convidando os empregados em supermercados para comparecer a essa assembléia geral no dia 18 às 19 horas em sua sede, na Rua Fernando Augusto Correa da Costa, 33, Vila Glória (em frente à Igreja São Judas Tadeu). "A presença maciça de nossos associados é muito importante para deliberarmos sobre os rumos que deveremos tomar", comentou Nelson. (Com informações de Wilson Aquino)
 

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