Empregados em supermercados se reúnem no próximo dia 18 na sede do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande, às 19 horas, para decidir se aceitam ou não a proposta dos supermercadistas, que ofereceram pouco mais de 5% de reposição salarial, referente ao acumulado da inflação no ano (até abril).Os empregados ameaçam entrar em greve caso os empresários não concedam um aumento para a categoria, que negocia a nova Convenção Coletiva de Trabalho desde Abril.
O presidente do sindicato, Idelmar da Mota Lima, disse que os comerciários estão em "pé de guerra" com os supermercadistas e que eles podem partir para o confronto, com a paralisação das atividades, passeata pelas ruas centrais da cidade, apitaço, piquetes; manifesto com carros de som, faixas e cartazes em frente aos supermercados e com publicações na mídia mostrando o desrespeito dos empresários com seus funcionários.
"O que a categoria decidir no dia 18, nós acataremos e se for preciso, iremos para o confronto sim. Afinal, temos a opinião pública de nosso lado que tem acompanhado as constantes altas dos alimentos nos supermercados e o conseqüente faturamento dessas empresas", comentou o sindicalista, informando que no dia seguinte (19) haverá uma nova rodada de negociação com o sindicato de proprietários de supermercados de Mato Grosso do Sul. "Esperamos que, desta vez, eles usem do bom senso e acatem nossa proposta de ganho real acima dos índices inflacionários", comentou.
Ele lembrou os últimos números divulgados pela Associação Brasileira de Supermercados que apontou somente para o mês de setembro/08 um faturamento de 5,53% em comparação ao mesmo período do ano passado. O faturamento do setor em 9 meses deste ano acumulou um ganho de 14,92%.
Segundo o Índice Nacional de Vendas da ABRAS, os supermercados da região Centro-Oeste (MS, MT, GO e DF) faturaram, de janeiro a setembro deste ano, através de apenas 249 unidades espalhadas por esses Estados, o montante de: R$ 5,7 bilhões.
"Com tamanho volume de faturamento, como não conceder um aumento salarial justo para os funcionários, grandes responsáveis por esse rendimento?", questiona Idelmar.
O sindicalista informou que o piso salarial dos empregados em supermercados é de R$ 465 e a oferta dos empresários é de elevar esse valor para R$ 510,00. Essa proposta, segundo Idelmar, está bem abaixo do o piso dos demais comerciários que do setor lojista (negociado com outro sindicato patronal), que é de R$ 560,00 a partir de 1º de novembro. Até outubro esse piso era de R$ 515, bem maior ainda que a proposta dos supermercadistas.
Apoio da Força Sindical
Se os empregados em supermercados resolverem partir para o confronto, terão o apoio da Força Sindical, da Federação dos Trabalhadores no Comércio de Mato Grosso do Sul e do Fórum Sindical de Trabalhadores de Mato Grosso do Sul (organismo que reúne sindicalistas de diversos segmentos, federações e associações de classe). De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande, Nelson Benites, "Jogaremos pesado. Dentro da lei, para mostrar para a opinião pública o quanto os supermercados estão sugando seus funcionários como verdadeiros vampiros, sem retribuir dignamente por esse trabalho", comentou.
O sindicato vai começar a distribuir a partir de hoje um panfleto convidando os empregados em supermercados para comparecer a essa assembléia geral no dia 18 às 19 horas em sua sede, na Rua Fernando Augusto Correa da Costa, 33, Vila Glória (em frente à Igreja São Judas Tadeu). "A presença maciça de nossos associados é muito importante para deliberarmos sobre os rumos que deveremos tomar", comentou Nelson. (Com informações de Wilson Aquino)