Durante o 2º Simpósio Internacional de Educação Infantil, realizado na USP, especialistas nacionais e internacionais discutiram caminhos para transformar a primeira infância no Brasil. A Fundação Bracell anunciou, no evento, a formação de uma aliança com o Governo de Mato Grosso do Sul e diversas instituições do terceiro setor para impulsionar melhorias no ensino infantil. “Queremos que Mato Grosso do Sul e o Piauí sejam referência nesse trabalho”, afirmou Eduardo Queiroz, presidente da fundação. Segundo ele, o projeto incluirá diagnóstico educacional e formação de professores para garantir uma base sólida de aprendizado.
Além da estrutura pedagógica, o trabalho também envolve articulação entre órgãos públicos e privados. Maria Cecília Motta, ex-secretária de Educação e atual presidente da Fabed, destacou: “Estamos construindo pontes técnicas com o governo e mapeando a realidade das redes municipais para propor políticas públicas efetivas”. Ela também mencionou a iniciativa Mentalidades Matemáticas, que visa aproximar as crianças da matemática de forma lúdica e criativa. “Queremos que os professores amem ensinar e as crianças amem aprender”, pontuou.
O movimento também conta com o apoio do governador Eduardo Riedel, mesmo a responsabilidade pela educação infantil sendo prioritariamente dos municípios. “Fizemos uma reunião excelente com o governador, que demonstrou total apoio à causa”, afirmou Queiroz. Segundo ele, essa parceria vai permitir uma mudança sistêmica e duradoura, respeitando o perfil municipalista da gestão estadual. O investimento na educação se soma à construção da nova fábrica da MS Florestal, com aporte de R$ 4,6 bilhões no Estado.
Celi Corrêa Neres, presidente do Conselho Estadual de Educação, destacou o papel dos conselhos estaduais e municipais na regulamentação e no acompanhamento da educação infantil. “O regime de colaboração previsto na Constituição orienta nosso trabalho conjunto com os municípios. Mato Grosso do Sul já tem marcos regulatórios de qualidade e parâmetros curriculares alinhados aos nacionais”, explicou. O próximo passo da coalizão é aprofundar o diagnóstico das escolas e, em seguida, implementar as ações definidas pela organização Roda Educativa. “Esse é um trabalho de longo prazo, mas absolutamente necessário”, concluiu.
