A Câmara Municipal de Campo Grande realizou nesta quarta-feira (15), uma reunião fechada entre o diretor-presidente da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos, Marcelo Luiz Bonfim, o diretor da Águas Guariroba, João José Jesus da Fonseca e mais nove vereadores, para discutir o reajuste de 8,91% na tarifa dos serviços de água e esgoto para janeiro de 2011 na Capital, já decretado pelo prefeito Nelson Trad Filho, em 6 de dezembro deste ano.
A reunião teve inicio às 8 horas, em clima de suspense, já que o assunto em questão, esta sendo bastante polemizado entre os vereadores, desde que houve um questionamento levantado pelo deputado Marquinhos Trad (PMDB), sobre o aumento abusivo na tarifa de água e esgosto.
Após o término da reunião, o presidente da Câmara de Vereadores, Paulo Siufi (PMDB) declarou que ficou definido após a explicação do diretor da Águas Guariroba aos vereadores, que irão analisar todos os documentos que foram requeridos depois de um ofício que foi enviado, para fazer a devida avaliação sobre esse aumento.
“Vamos analisar se o aumento é exorbitante e avaliar também o trabalho da Águas Guariroba, para verificar se haverá uma CPI ou se vamos dar um saldo de boa conduta para a Águas”, disse Siufi.
Siufiu disse ainda que não tem data definida para a próxima reunião. “O prefeito determinou esse reajuste, agora vamos avaliar os documentos para verificar se é justo esse aumento e faremos isso para que a população possa se sentir resguardada por todos nós vereadores de Campo Grande. Acredito que até o final desse ano faremos mais uma audiência, nem que façamos uma sessão ordinária para votarmos em alguma suspensão ou para sustarmos esse aumento. Posso afirmar que os vereadores não vão descansar nem no natal e nem no ano novo, pois vamos convocar um técnico nesse sentido, para que possa nos auxiliar nessa investigação preliminar”, declarou Paulo Siufi.

Presidente da camara Paulo Siufi, disse que ate final do ano sera definida outra reuniao para discutir o aumento da agua e esgoto
Foto: Deurico/Capital News
Para o diretor da Águas Guariroba, João José Jesus da Fonseca, afirmou que a documentação foi toda apresentada. “Acho pertinente essa discussão e acredito que essa documentação vai elucidar todas as duvidas dos vereadores. A Águas esta cumprindo com o contrato e não temos problema nenhum em relação ao que foi debatido”, disse Fonseca.
Questionado sobre se haverá uma possível CPI, João Fonseca acredita que não chegara a esse veredicto. “Não acreditamos que vai chegar a isso, os documentos vão provar que estamos cumprindo o contrato e todos os nossos indicadores estão acima, estaremos à disposição dos vereadores. E quanto ao aumento, nós tínhamos o direito de equiparar a tarifa de água e esgoto, de 70 a 100%, já que não houve aumento em 2006, 2007 e 2008, porque não foi autorizado pelo prefeito na época. E em negociação com a agência de regulação, eles entenderam por bem em fazer uma proposta menor, ou seja, esse 15,53% que teve ano passado, foi para compensar. E em janeiro que terá esse reajuste, foi porque não nos foi dado em 2009 e 2010 e acabou acumulando para 2011. Além disso, a população é remunerada de forma para tenha qualidade de vida e saúde e tenho certeza que a população reconhece o nosso trabalho”, argumentou Fonseca.
Em contrapartida, para o vereador Paulo Pedra (PDT), a Águas Guariroba não foi coerente em suas explicações. “Eles não explicaram nada nessa reunião, o aumento é abusivo porque gira em torno de 24,5% em um ano e meio. A Câmara só tem dois encaminhamentos, ou fazer uma CPI para analisarmos caso por caso ou fazer um termo de ajustamento de conduta, com um relatório dizendo o que a Águas ta errando e acertando ou sustar o decreto do prefeito para reabrir outra discussão. E se a Câmara não fizer, estará pecando por omissão, sendo assim, o deputado Marquinhos Trad estará certo. E não tenho dúvidas que uma CPI vai ajustar para que a Águas trabalhe melhor”, finalizou Pedra.

vereador paulo pedra (PDT), afirma que é necessario fazer uma CPI sobre o aumento abusivo
Foto: Deurico/Capital News
Por Andiara Schweich - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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