Campo Grande Sexta-feira, 24 de Maio de 2024


Cotidiano Segunda-feira, 23 de Janeiro de 2012, 13:23 - A | A

Segunda-feira, 23 de Janeiro de 2012, 13h:23 - A | A

Políticos e fazendeiros são acusados por homicídio de indígenas em Paranhos

Adamo Antonioni - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Seis pessoas foram acusadas pelo envolvimento no ataque à comunidade indígena Ypoi (Paranhos, sul do estado) e a morte dos professores indígenas Jenivaldo Vera e Rolindo Vera, foi aceito pela Justiça.

O Ministério Público Federal aceitou a denúncia, e agora Fermino Aurélio Escolbar Filho, Rui Evaldo Nunes Escobar e Evaldo Luís Nunes Escobar - filhos do proprietário da Fazenda São Luís -, Moacir João Macedo - vereador e presidente do Sindicato Rural de Paranhos-, Antônio Pereira - comerciante da região -, e Joanelse Tavares Pinheiro – ex-candidato a prefeito de Paranhos.

Os réus vão responder pelos crimes de homicídio qualificado – sem possibilidade de defesa da vítima -, ocultação dos cadáveres, disparo de arma de fogo e lesão corporal contra idoso.

Além disso, o MPF pediu a abertura de novo inquérito na Polícia Federal de Ponta Porã para investigar a participação de outras pessoas nos crimes, e verificar os indícios do uso do carro oficial da Prefeitura de Paranhos que levou o grupo para o ataque aos indígenas.

Entenda o caso

No dia 31 de outubro de 2009, quatro dos réus - Evaldo, Moacir, Antônio Pereira e Joanelse – e outras pessoas ainda não identificadas, contando com o auxílio dos réus Fermino e Rui, chegaram ao local em caminhões e caminhonetes, efetuando disparos com pelo menos sete armas de fogo de vários calibres (12, 32, 36, 30 e 38) e agredindo o grupo de 50 indígenas. O idoso Mário Vera, com 89 anos na época, recebeu pauladas nas costas, ombros e pernas. Os dois professores foram mortos e os corpos, ocultados.

As mortes ocorreram durante a expulsão de área reivindicada pelos indígenas de ocupação tradicional da etnia guarani-kawoá (Tekoha Ypo´i), na Fazenda São Luiz, em Paranhos. Depois de expulsos em 2009, os indígenas guarani-kaiowá reocuparam a área da fazenda em 2010. Agora, eles estão amparados por decisão do Tribunal Regional Federal que cassou ordem de reintegração de posse “até a produção de prova pericial antropológica”. (Com informações da Assessoria).

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS