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Rural Quarta-feira, 02 de Abril de 2008, 12:30 - A | A

Quarta-feira, 02 de Abril de 2008, 12h:30 - A | A

Soja se recupera do tombo; milho também sobe

Da Redação

Ainda sob a influência da estimativa de redução de área apresentada na segunda-feira pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o milho voltou a fechar em alta ontem. A volatilidade adicionada ao mercado pelo relatório mostrou-se ainda mais forte na soja, que fechou em alta, mas chegou a ser negociada em baixa de 80 centavos de dólar por bushel. A queda limite para a commodity foi ampliada para 105 cents ontem. O trigo fechou em baixa.

Os contratos de milho com vencimento em julho negociados em Chicago subiram 16 centavos de dólar, para US$ 5,98 por bushel. Além da influência da estimativa de área menor a ser ocupada pelo milho, as diferenças entre a projeção do USDA e a área que efetivamente será ocupada pela cultura também atrairá atenções para a formação de preços, avalia Gabriel Pesciallo, analista da Agência Rural.

Na estimativa apresentada em março do ano passado para a safra 2007/08, a área projetada para o milho era de 27,7 milhões de hectares - a área efetiva acabou sendo de 25,7 milhões. Na safra anterior, a primeira projeção do USDA também acabou sendo superior à que efetivamente o milho ocupou.

Pesa também o sempre presente aperto na oferta, motivo de alerta emitido ontem pela Organização das Nações Unidas, que se mostrou preocupada com os níveis dos estoques de alimentos. Caso a área estimada pelo USDA para o milho se confirme, os estoques finais, segundo cálculos da Agência Rural, cairão para 12,9 milhões de toneladas. "Isso dá para um consumo de apenas 14 dias. É o mais baixo de todos os tempos", diz Pesciallo.

A soja, ainda que um pouco menos pressionada que no início do ano, já que sua área de plantio deve crescer, também tem fundamentos para se manter em alta. A demanda mundial, protagonizada por países emergentes, como a China, permanece firme. Há ainda outros fatores. A Argentina elevou a taxa de exportação do grão de 35% para 44,1%, enquanto a taxa da soja subiu bem menos, de 24,2% para 25%. Essas taxas, se mantidas, podem estimular maior plantio de milho em detrimento da soja. Ontem, em Chicago, os contratos de soja para julho subiram 19 centavos de dólar, a US$ 12,34 o bushel.

O trigo passa por ajuste, já que suas altas mais recentes haviam superado as das outras commodities agrícolas negociadas em Chicago, diz Elcio Bento, analista da Safras & Mercado. Ontem, os papéis para julho caíram 24,50 cents, a US$ 9,1250 por bushel. (PC)  Fonte: VALOR ECONÔMICO -SP

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