Produção intensiva de carne, leite e grãos

Desde 1998, o Iapar realiza estudos sobre a integração lavoura-pecuária, com o objetivo aumentar a rentabilidade de propriedades, sobretudo das situadas no noroeste do estado, que se dedicam à pecuária no Paraná, e têm sofrido os efeitos de pastos degradados. Originalmente, a intenção era a reforma de pastagens, mas atualmente é opção para a produção intensiva de carne, leite e grãos.

‘‘Com o projeto será possível dar um passo a frente e aumentar a rentabilidade por área’’, sintetiza Arnaldo Colozzi, diretor de pesquisa do Iapar. A tecnologia favorece a produção animal e vegetal e poderá avançar dependendo da qualificação de produtores e assistência técnica.

O projeto, desenvolvido em parceria com a Coamo e Universidade Federal do Paraná (UFPR), colhe bons resultados e já tem similares, como o coordenado pela Embrapa em conjunto com a Cocamar. Durante todo o ano, são realizadas práticas que garantem recuperação de solos, alimentação para o gado e produtividade bem acima da alcançada em sistemas convencionais.

Numa área experimental de cinco alqueires, em Campo Mourão, o projeto do Iapar obteve resultados expressivos, com a engorda de 36 bois – com uma média de 12 cabeças por hectare – e a colheita de 550 sacas de soja. ‘‘Na região da Coamo, 100 mil hectares já adotaram a integração lavoura-pecuária’’, contabiliza Sérgio José Alves, fitotecnista responsável pelo projeto. Segundo ele, a área é dividida em culturas de verão e inverno, rotacionadas com o gado. ‘‘No verão parte da área é ocupada com milho ou soja, e outra com a pastagem.

Na estação seguinte, opções de inverno, de acordo com a aptidão da região’’, explica. Há ainda meio hectare destinado à cana-de-açúcar.

Alves afirma que o sistema é boa opção tanto para solos argilosos do norte do estado, quanto ao arenito. Também possibilita que o produtor cultive matéria-prima para o biodiesel. Segundo Colozzi, o Iapar faz pesquisas que vão resultar no zoneamento forrageiro do Paraná, que dará segurança aos produtores na hora de planejar a sua atividade.

O projeto da Embrapa, desenvolvido por meio de uma parceria com a Cocamar, visa solos de arenito e é baseado em estudos das unidades de Gado de Corte (Campo Grande-MS) e Agropecuária Oeste (Dourados -MS) e Soja (Londrina). A integração é feita com grãos e braquiária, espécie ideal para as condições de solo e clima do arenito. A empresa iniciou o projeto no Paraná em 2006 e neste ano pretende implantar o sistema em 10 mil hectares.

O produtor Paulo Guerra, de Cafeara, que é agrônomo e diretor da Cofercatu, comemora resultados. Segundo ele, quando adotava o sistema convencional tinha R$ 75 mil de faturamento em 200 hecatres de pastagens. Hoje, com a integração, em 120 hectares ele obtém  R$ 230 mil de faturamento. (R.C.)  (Fonte: Folha de Londrina )