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Rural Terça-feira, 28 de Abril de 2009, 07:52 - A | A

Terça-feira, 28 de Abril de 2009, 07h:52 - A | A

Guandu é mais produtivo para pecuária e cana

Da Redação

A Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP) fará hoje (28), o lançamento oficial de uma nova variedade de guandu, denominada mandarim.O guandu mandarim é dirigido principalmente a pecuaristas e produtores de cana. O guandu mandarim apresenta alta produtividade de forragem (parte verde da planta), que é 10% superior à variedade de guandu mais usada no Brasil, portanto indicado para a alimentação de bovinos.

Outra característica é a uniformidade de sementes, dando assim plantas iguais e uniformes, o que não ocorre com as outras variedades, que apresentam muita mistura. Segundo Rodolfo Godoy, pesquisador responsável pelo trabalho, a nova variedade tem ainda boa persistência, o que permite uma vida útil de quatro anos, quando bem manejada, ao passo que a produção das variedades já existentes chega apenas ao segundo ano. Além disso, é moderadamente resistente à macrophomina, fungo que ataca as raízes e mata a planta, problema comum nas outras variedades.

Em experimentos realizados com novilhas leiteiras, o uso do guandu mandarim levou a uma redução de 21% no custo de alimentação. Também se verificou uma diminuição de 8% no custo por kg de ganho de peso nessas novilhas, devido ao menor uso de concentrado (soja, milho, rações) e ao fornecimento de aproximadamente 20% da ingestão total de matéria seca na forma de guandu picado.

Lavouras de cana

A nova variedade é também indicada para os produtores de cana, para uso na rotação de parte do canavial a cada cinco anos, descompactando o solo e nele fixando nitrogênio.

Os trabalhos foram desenvolvidos pela Embrapa Pecuária Sudeste em parceria com a Unipasto – Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras Tropicais e com a Embrapa Transferência de Tecnologia (sede e Escritório de Negócios de Campinas, SP).

O nome “mandarim” foi dado devido à origem asiática do guandu, pois a China, além de ser seu provável berço, é também um país com proximidade política, econômica, científica e técnica com o Brasil e que mantem grande intercâmbio com a Embrapa.
As diversas variedades de guandu fixam nitrogênio no solo a partir da atmosfera, tem alto teor de proteínas – cerca de 20% - boa resistência à seca por possuir raízes profundas que conseguem buscar água nas camadas mais fundas do solo, além de boa digestibilidade nos bovinos, o que leva a maior ganho de peso. A leguminosa é rústica, o que facilita sua implantação e manejo, inclusive em solos de baixa fertilidade. Mas não tolera encharcamento e necessita de alta luminosidade durante a formação das vagens. (Embrapa)
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