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Rural Quarta-feira, 08 de Abril de 2009, 14:36 - A | A

Quarta-feira, 08 de Abril de 2009, 14h:36 - A | A

Empregados de frigoríficos questionam crise no setor

Da Redação (LM)

As recentes contratações (e recontratações) de empregados por frigoríficos de Mato Grosso do Sul não amenizaram, “nem de longe” o desemprego no setor que já ultrapassa 8 mil profissionais e 14 frigoríficos fechados. A opinião é de lideranças sindicais do Estado que pedem uma ação mais enérgica das autoridades do judiciário e especialmente do executivo federal, uma vez que mais de R$ 1 bilhão de recursos públicos teriam sido repassados somente para esse setor em MS.

“É preciso que o governo fiscalize e exija a contrapartida dessas empresas com a geração de emprego e renda”, comentou hoje pela manhã o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Mato Grosso do Sul – FTIA/MS, Vilson Gimenez Gregório. Segundo ele, as autoridades precisam ser mais rigorosas já que além de empréstimos financeiros, autorizou também alguns incentivos fiscais ao longo dos anos de grandes faturamentos por esses mesmos frigoríficos que hoje estão de portas fechadas no Estado.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Campo Grande, Rinaldo de Souza Salomão, também tem insistido para que o setor volte à normalidade. Ele diz que os frigoríficos que abastecem o mercado interno não deveriam atravessar nenhuma crise. “Afinal, o problema que tivemos com maior intensidade desde o final do ano passado, diz respeito ao mercado externo que apresentou retração no consumo, devido à crise econômica mundial”, afirmou.

Rinaldo Salomão diz também que o mercado interno, ao contrário, aqueceu ainda mais com a queda das exportações. “Os preços ao consumidor caíram e, consequentemente, aumentou o consumo, melhorando significativamente para os frigoríficos”, comentou.

O presidente da FTIA/MS, Vilson Gimenez cita que no ano passado, 4 grandes frigoríficos brasileiros, entre eles o Marfrig e o Independência, pegaram uma soma muito grande de recursos do BNDES, superior a R$ 1 bilhão, “de acordo com divulgação na imprensa”, ressalta. E tem conhecimento de que novos recursos, de grande monta, estão sendo negociados atualmente. “Ora, como podem pegar tantos recursos com juros subsidiados e não manter uma atuação normal no mercado?” questiona o presidente.

Atualmente as duas entidades estão negociando convenções coletivas de trabalho em vários municípios do Estado e como a maioria dos frigoríficos que está atuando em pleno vapor é responsável mais pelo abastecimento interno, que não sofreu com a crise, “não tem por que não avançarmos nas cláusulas salarial e sociais”, comentou Vilson.

Ministro

 

O Ministério do Trabalho e Emprego vai apresentar na próxima reunião do Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) pedido para que seja ampliada em dois meses a concessão do seguro-desemprego aos mais de 8 mil demitidos dos frigoríficos e abatedouros de Mato Grosso do Sul.

 

O pleito será encaminhado pelo ministro-interino, André Figueiredo, ao Codefat, na reunião do colegiado prevista para a primeira quinzena de maio. O compromisso foi assumido durante uma reunião no Ministério do Trabalho onde participaram alguns sindicalistas de MS. Entre eles, Rinaldo Salomão, que mostrou às autoridades o triste quadro de demissão no Estado. Presentes também o deputado Dagoberto Nogueira e Antônio Sérgio dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Nova Andradina e o deputado Dagoberto Nogueira (PDT/MS), que articulou a reunião.

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