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Polícia Sexta-feira, 02 de Outubro de 2009, 10:27 - A | A

Sexta-feira, 02 de Outubro de 2009, 10h:27 - A | A

Assassinato de professora no Paraguai completa 51 dias

Jefferson Gonçalves - Capital News (www.capitalnews.com.br)

Hoje completam 51 dias que a professora e artista plástica Gicela Maria Van Gyssel Müller Brusamarelo foi torturada e morta, sendo seu corpo jogado em território paraguaio e apesar das cobranças por alguns segmentos da sociedade, o crime continua sem solução. Durante todo esse tempo, tanto as autoridades paraguaias como as do Brasil, têm repassado informações de que, estão trabalhando com um único objetivo, ou seja, esclarecer o crime e punir os culpados.

Só que de concreto até agora, não existe nada que possa trazer um alento a essa mesma sociedade, de que tenha surgido um fato novo que ajude as polícias de Pedro Juan Caballero e de Ponta Porã a chegar aos culpados. Pelo que parece, e pelo silêncio das autoridades do país vizinho, o trabalho nas investigações já pode ter sido deixado em um segundo plano.

Embora o fiscal (promotor de Justiça) Sixto Marin sempre afirmasse que esse trabalho continuaria e que o objetivo principal era de se apurar o caso e punir os culpados, não conseguiu nada de novo no tocante à elucidação do crime. Nem mesmo as imagens conseguidas junto a uma agência de Pedro Juan alteraram alguma coisa.

Primeiro, porque as imagens que foram inclusive repassadas às autoridades brasileiras não mostram claramente nenhum detalhe sobre o local onde o carro da professora foi deixando e muito menos o carro em movimento. Depois de vários dias vendo e revendo as imagens, as autoridades de Ponta Porã não conseguiram nenhuma informação que pudesse auxiliar no trabalho investigativo.

O próprio delegado que preside o inquérito do lado brasileiro, Clemir Vieira Júnior admitiu que se depender somente das imagens, esse trabalho seria prejudicado. As declarações de que as imagens eram claras e freqüentes, também não corresponderam. Em alguns trechos, mesmo a pessoa mais leiga percebe um erro nas filmagens, que pode até ser uma coincidência, mas que acaba prejudicando um acompanhamento mais minucioso.

Pelo visto o crime só não caiu no esquecimento ainda, porque de acordo com o delegado Clemir, a Polícia Civil vem trabalhando em cima do caso, procurando ouvir pessoas que tinham amizade com a vítima, pessoas que conheciam bem os hábitos e o dia-a-dia da professora.

“Em nenhum momento nós deixamos o caso em segundo plano. Estamos trabalhando com afinco, aguardando novas informações que podem chegar a qualquer hora através do serviço de inteligência da Polícia Civil”. Clemir Vieira disse ainda, que nenhuma hipótese pode ser descartada, assim como nenhuma informação relacionada à morte de Gicela Maria que chega até as autoridades brasileiras.

Uma petição lançada na internet pela irmã de criação da professora chega perto das três mil assinaturas, mas pelo jeito ainda não sensibilizou as autoridades principalmente do país vizinho como era de se esperar. O certo é que, juntando tudo que foi dito, os depoimentos colhidos, as filmagens que em nada acrescentaram, fica a certeza de que, muito pouco foi feito até agora.

A expectativa fica mais por conta da polícia brasileira que insiste em dizer que continua as investigações mesmo com todas as restrições e dificuldades uma vez que o crime foi cometido em território paraguaio, e por isso mesmo o trabalho sempre acaba sempre prejudicado justamente por não haver de fato um intercâmbio que pudesse facilitar o trabalho em conjunto das autoridades.

O crime

No dia 12 de agosto, a professora Gicela teria sido vista na agência do Banco do Brasil por volta das 10h30min, logo em seguida teria se dirigido até a agência dos Correios em Ponta Porã, de onde saiu conforme comprova as filmagens do interior da agência, por volta das 12h19min e não mais foi vista, até que seu corpo foi achado pelas autoridades paraguaias por volta das 15h em um matagal distante 15 quilômetros de Pedro Juan.

O corpo apresentava três perfurações na cabeça, causadas por arma branca, além de sinais de tortura. O corpo de Gicela foi trazido até o necrotério municipal em Pedro Juan (morgue) e somente por volta das duas horas da madrugada foi retirado por familiares. O crime teve enorme repercussão, já que a professora era muito conhecida principalmente na área da educação onde atuou por muitos anos.

Já no dia seguinte, comentários surgidos do lado paraguaio davam conta de que os autores do bárbaro crime já estavam identificados inclusive dois suspeitos estariam presos. Mas todas essas informações foram desmentidas pelas próprias autoridades do país vizinho. De lá pra cá, todos os procedimentos tomados não trouxeram grandes avanços nas investigações. (Com informaçoes de Mercosul News)

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