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Saúde Terça-feira, 16 de Novembro de 2010, 16:47 - A | A

Terça-feira, 16 de Novembro de 2010, 16h:47 - A | A

Audiência pública debate violência nos postos de saúde e divide opiniões

Karla Tatiane - Capital News

Tratar sobre violência nas unidades públicas de saúde. Este foi o objetivo da audiência pública realizada nesta terça-feira (16), na Câmara Municipal de Campo Grande. Enquanto por um lado se tem o setor dos sindicatos que pedem mais segurança e dignidade para que os trabalhadores da área possam exercer um bom serviço, por outro existe a discussão das instituições públicas que defendem que segurança nas unidades não vai resolver os problemas enfrentados atualmente.

De acordo com o vice-presidente do Sinmed (Sindicato dos Médicos), Marco Antonio Leite, esta é mais uma tentativa de equacionar a situação que já vem se arrastando há algum tempo. “Sem exagero nós estamos promovendo esta audiência, tomando esta atitude para que futuramente não aconteça uma ocorrência mais grave nas unidades de saúde pela falta de segurança. Não podemos aceitar a apatia das autoridades”.

Ele alega que os profissionais precisam se sentir bem para poder oferecer um bom atendimento: “qualquer um precisa de paz, tranqüilidade e segurança para exercer sua profissão, atualmente o que ocorre nas unidades é violência, agressão. Temos uma profissão que não admite o erro, mas nas atuais circunstâncias esta muito difícil, pois além da sobrecarga dos profissionais também lidamos com a insatisfação permanente da população”.

O secretário de saúde de Campo Grande, Leandro Mazina Martins, defende que a questão não é só segurança. “A violência existe dentro e fora das unidades de saúde. Estamos unindo forças, treinando nosso pessoal, e investindo na saúde pública para oferecer um serviço de qualidade à população”.

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Foto: Deurico/Capital News

Martins também comenta que “a população precisa ter consciência quando vai a uma unidade de saúde, tem procedimentos que demoram. Outra questão é de que a prefeitura sempre está contratando novos profissionais, mas não só em Campo Grande como também em todo o Brasil faltam alguns médicos especialistas como pediatras, cardiologistas, entre outros. Violência não leva a luar nenhum só piora a situação ”.

Pesquisa – O médico plantonista Renato Figueiredo realizou uma pesquisa nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), da Capital, onde constatou dados conforme afirma “preocupantes”. “O estudo feito com base nos registros levantados nos nove postos de saúde, de janeiro a 23 de setembro deste ano, contabilizou 345 relatos de violência. E aí se entenda violência como agressões físicas, xingamentos, gritos, facadas, tiros, enfim que acontecem diariamente com os profissionais e pouca coisa é feita para resolver isso”.

“Acredito que talvez o grande agressor seja o sistema de saúde onde faz pacientes e profissionais vítimas. Ainda falta muita informação, segurança efetiva, profissionais, gestão. Estamos aqui para tentarmos chegar num censo comum”, finaliza Figueiredo.

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Foto: Deurico/Capital News

A consulta pública tem o apoio de outros sindicatos da área da saúde que cobram das autoridades mais segurança para poderem trabalhar devido ao alto índice de violência.

Campanha – Profissionais da área de saúde lançaram semana passada uma campanha para reduzir os índices de violência nos postos de saúde de Campo Grande. A campanha contra violência nos postos de saúde começou dia 10 em frente à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, considerada a mais violenta das nove unidades existentes na capital. Os organizadores da mobilização afirmam que a “luta teve data para começar, mas não tem data para terminar”.

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Foto: Deurico/Capital News


Por Karla Tatiane - Capital News

 

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