A assinatura de demissão de todos os secretários do prefeito Nelson Trad (PMDB) na última sexta-feira (17) foi tema de muita discussão na manhã desta terça-feira (21) na Câmara Municipal de Campo Grande. O vereador Athayde Nery (PPS) foi o primeiro a usar a tribuna para falar sobre as demissões. Na opinião dele, a atitude do prefeito foi um dos atos mais lamentáveis que já presenciou em uma administração pública. O vereador, que faz parte da base do prefeito na Câmara e tem três secretários do seu partido na Prefeitura, comparou as assinaturas de demissão a uma partida de futebol.
Segundo Nery, no primeiro tempo o time estava redondo, a torcida contente e todo mundo sorrindo, como se já tivesse ganhado o jogo. Porém, no segundo tempo uns se machucaram, outros tropeçaram, levou alguns gols e na eminência do empate, o técnico falou para todos sair de campo. “É isso o que o prefeito fez. De maneira lamentável. O pior é falar que o outro é incompetente e não assumir a culpa” criticou, ressaltando que o PPS não vai silenciar e ele será candidato a prefeitura.
O presidente da Câmara, vereador Paulo Siufi (PMDB), fez questão de dizer que não indicou nenhum secretário e não tem nenhum benefício na prefeitura, lembrando que o PPS tem três secretários. Assim, afirmou que vai continuar defendendo a população, pois “não tem rabo preso”. Ele acredita que o prefeito foi “macho e corajoso” ao decidir que vai tirar quem não estiver trabalhando certo. “Só toma atitude aquele que tem coragem. Quem não está jogando bem tem que ser trocado e até mandado embora se não estiver defendendo o clube”, analisou.
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Foto: Deurico/Capital News
O vereador Carlão (PSB) lembrou que ainda está em tempo de resgatar a administração, pois acredita que o prefeito vai terminar o mandato com 70% de aprovação. “Quem tem secretarias tem que ser da base”, declarou.
Ao retomar a palavra, Athayde disse que não vai bajular o prefeito, pois tem que saber que as criticas também são positivas. “Não é só jogador. Às vezes tem que trocar o técnico. Qualquer tipo de demissão é política e Nelsinho tem que assumir. O PPS não entrou pela porta dos fundos... entreguei a minha juventude por este rapaz... a sorte está lançada e o prefeito sabe com quem está lidando. Não está lidando com moleque”, concluiu.
O vereador Alex (PT) lembrou que quando criticava a administração e dizia que estava em momento de letargia e precisava retomar os rumos, muitos questionavam. Mas, segundo ele, hoje o próprio prefeito confirma a tese: “Ele mesmo veio a público e disse que a coisa está complicada. Para dar resposta a incompetência e incapacidade de administrar, culpa secretários. O problema está no cunhado, na Saúde. Não tem competência para administrar algo tão complicado. O problema está na casa dele e ele não tem competência de demitir o cunhado”, acusou.
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Foto: Deurico/Capital News
O vereador Carlão pediu a palavra e disse que quando Zeca do PT demitiu Alex da Casa Civil não era incompetente, mas tinha que assumir a administração. O vereador lembrou que a presidenta Dilma Rousseff (PT) já trocou até Antônio Palocci. “Tem que arrumar a casa. Prefeito tem que prefeitar”, aconselhou.
O vereador Paulo Pedra (PDT) ressaltou que a crise teve início com o gesto do prefeito de falar que está sendo traído e que os secretários eram incompetentes. “Falta ao prefeito um conselho político para orientá-lo. O fim era bom, mas o meio foi desastroso... agiu fora do seu jeito de ser. Demitisse dois, três, sem alarde”, finalizou.
Por Wendell Reis - Capital News (www.capitalnews.com.br)
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